Em casa
BEN-HUR (1959)
Na história de Hollywood, "Ben-Hur" é um símbolo do modelo de superprodução dos anos 50/60 — além do mais, com onze prémios da Academia, o filme realizado por William Wyler continua a ser um dos recordistas da história dos Oscars.
10 Out 2014 22:55
Por mais surpreendente que isso possa parecer, a "superprodução bíblica" constitui um dos géneros mais constantes da história do cinema — desde os tempos remotos de "Cabiria" (1914), obra formalmente revolucionária do italiano Giovanni Pastrone, até ao recente "Noé", de Darren Aronovsky, encontramos recriações das histórias da Bíblia nos mais diversos contextos de produção.
"Ben-Hur" ficou como um dos símbolos mais universais do género, até porque é um dos três títulos a deter o recorde de Oscars ganhos, com onze estatuetas douradas, incluindo as de melhor filme de 1959, melhor realizador e melhor actor, respectivamente para William Wyler e Charlton Heston (os outros dois títulos a obterem o mesmo número de distinções foram "Titanic", em 1998, e "O Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei", em 2004).
Cenas como a célebre corrida das quadrigas constituem proezas, ao mesmo tempo dramáticas e espectaculares, que deram a "Ben-Hur" um lugar no imaginário popular do cinema. Pode mesmo dizer-se que, pelo seu lugar charneira, no final da década de 50, a realização de William Wyler (um veterano que vinha dos tempos do mudo) simboliza o esplendor de um conceito de narrativa que viria a ser metodicamente posto em causa nas décadas seguintes.