10 Mar 2017 0:03
No seu filme mais recente, intitulado "Miss Sloane", Jessica Chastain interpreta uma mulher que se move no mundo dos lobbies e da política, em Washington — é uma interpretação poderosa e subtil (apetece dizer: humana e anti-humana) que põe à prova todo o seu talento e versatilidade. Vale a pena lembrar que começámos a reparar nela em 2011, primeiro com "Coriolano", uma versão de Shakespeare de e com Ralph Fiennes, depois sob a direcção de Terrence Malick, em "A Árvore da Vida".
2011 foi mesmo um ano especial para Jessica Chastain, tendo surgido também no filme que lhe valeu a primeira nomeação para um Oscar — foi na categoria de actriz secundária e o filme "The Help" (entre nós: "As Serviçais") propunha um subtil retrato das desigualdades raciais na América dos anos 60 — Chastain compunha uma figura dramática que nem sempre sabia lidar com o álcool.
A segunda nomeação — neste caso para melhor actriz — veio no ano seguinte, com "Zero Dark Thirty" (ou "00:30, A Hora Negra"), o notável filme de Kathryn Bigelow sobre o pós-11 de Setembro e a estratégia montada pelos serviços secretos americanos para localizar Osama Bin Laden.
A filmografia de Jessica Chastain inclui ainda títulos tão admiráveis como "Miss Julie" ou "Um Ano Muito Violento". Entre as suas experiências mais insólitas e fascinantes inclui-se o melodrama em três partes "O Desaparecimento de Eleanor Rigby" — convém lembrar, a esse propósito, que a referência a Eleanor Rigby era mesmo uma homenagem romântica à personagem eternizada pela canção pelos Beatles [imagens do filme "Yellow Submarine", 1968].