07 Nov 2024
A 48.ª edição do Cinanima – Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho arranca sexta-feira e, até 17 de novembro, terá em competição 113 filmes.
Num leque de filmes que “vai da vanguarda mais experimental a obras de cariz mais popular”, Henrique Neves destaca a predominância do recurso ao desenho em papel, que “é uma das técnicas mais antigas da animação e hoje se reinventa com a ajuda de programas informáticos”.
Henrique Neves garante que a edição de 2024 “será um palco privilegiado para a apresentação de trabalhos de realizadores nacionais e estrangeiros” sobre o tema Liberdade, numa opção estratégica que assinala os 50 anos do 25 de Abril e celebra “um dos valores mais universais e inspiradores da arte da animação”.
Dos 113 filmes a concurso, 81 disputam as várias categorias da competição internacional e 32 lutam pelo prémio para a melhor obra portuguesa. Desses últimos, quatro têm possibilidade de se qualificar para a corrida ao Óscar americano de Melhor Curta-Metragem de Animação: “Percebes”, de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves; “T-Zero”, de Vicente Niro; “Citizen Tourist”, de Gustavo Carreiro; e “Amanhã não dão chuva”, de Maria Trigo Teixeira.
No domínio internacional, destacam-se no festival as cinco longas-metragens a concurso: “Recortes: A Minha Vida Como Animador Independente”, do norte-americano Eric Power; “O sonho de Sultana”, produção Hispano-alemã dirigida por Isabel Herguera; “Mataram o pianista”, coprodução portuguesa realizada por Fernando Trueba e Javier Mariscal; “Memória de um caracol”, do australiano Adam Elliot; e “Fluxo”, obra do letão Gints Zilbalodis com financiamento também belga e francês.
Quanto às sessões retrospetivas, o Cinanima de 2024 propõe quatro: “Histórias de Liberdade”, com filmes dos arquivos do Festival Internacional de Animação de Xiamen, na China; “Liberade, a derradeira busca”, com curadoria do ilustrador e historiador de animação francês Olivier Cotte; “Expressão de Liberdade”, comissariado pela portuguesa Associação de Realizadores de Animação; e “Filmes sobre a perda de liberdade e a esperança de ultrapassar traumas do passado”, com três obras selecionadas pelo realizador austríaco Thomas Renoldner.
A par da apresentação de livros de Olivier Cotte, da jornalista e historiadora Nancy Denney-Phelps, e sobre o programador de animação Manuel Matos Barbosa, o festival integra ainda uma componente de formação profissional com ‘masterclasses’ por figuras como a produtora Joanna Quinn, o músico Nik Phelps, os cineastas Coke Riobóo, Bruno Caetano e Piet Kroon, e as realizadoras Marta Pajek, Filipa Costa Gaspar, Eliane Gordeeff e Deanna Morse.
Já o habitual simpósio “Olhares sobre a Animação Portuguesa” incidirá desta vez sobre o trabalho da realizadora Regina Pessoa, que o Cinanima aponta como “uma das maiores referências da animação de autor em Portugal”.