18 Ago 2020 20:09
A edição 2020 da Festa do Cinema Francês propõe 12 antestreias de filmes de produção recente, num olhar transversal sobre a ficção e documentário produzidos em França. Do novo filme protagonizado por Juliette Binoche, a um olhar sobre a figura de Charles De Gaulle, passando pela adaptação para cinema da obra de Thomas Piketty, "O Capital no Século XXI", e por "Thalasso", a aguardada sequela de "O Sequestro de Michel Houellebecq", são vastas e diversas as propostas para acompanhar em Lisboa, Porto, Coimbra e Almada.
Martin Provost está muito à vontade na construção de personagens femininas. No seu mais recente filme, viaja até à província francesa em plena véspera do maio de 68 para concretizar uma comédia sobre a igualdade de género. Em "A Boa Esposa", Juliette Binoche, ocupa o papel de Paulette Van Der Beck, dona de uma escola de formação para donas de casas que vê as suas certezas vacilarem quando o marido morre e fica falida.
Com interpretação de Isabelle Huppert, "Agente Haxe" segue a derrocada profissional de Patience Portefeux, polícia-intérprete na unidade de narcotráfico que, na tentativa de ajudar alguém próximo, acaba por embarcar numa nova carreira como “madrinha” do crime organizado.
Ainda no universo feminino "Nem Uma, Nem Outra", o novo filme de Anne Giafferi, acompanha a história de uma actriz de meia-idade, forçada a contratar uma dupla após uma cirurgia estética falhada.
Cinco anos passados sobre "O Sequestro de Michel Houellebecq", a sequela "Thalasso" volta a construir uma narrativa inebriante e hilariante em torno do famoso escritor francês e do seu sequestro, num filme que conta com interpretações de Gérard Depardieu e do próprio Houellebecq.
Situado no início da Segunda Guerra Mundial, "De Gaulle" apresenta Lambert Wilson no papel do general que quer mudar o curso do mundo. O novo filme de Gabriel Le Bomin, mistura História e romance, mostrando os dois lados do mesmo homem: o militar e o homem de família.
Baseado no livro do economista Thomas Piketty, "O Capital no Século XXI" propõe uma jornada pela riqueza e pelo poder, num documentário que desmonta o pressuposto de que a acumulação de capital acompanha o progresso social, lançando nova luz sobre as crescentes desigualdades.
Adaptado do romance homónimo de Ivan Calbérac, "Veneza Não é na Itália" conta a história de uma adolescente nascida no seio de uma família inclassificável, e de um primeiro amor, milagroso e frágil.
Também com ligação à literatura, "Queria ter Alguém à Minha Espera Num Sítio Qualquer" da colectânea de contos homónima de Anna Galvada, traz um olhar descomprometido e próximo sobre as relações familiares, as suas disputas, arrependimentos, as reconciliações e tristezas, os ciúmes e a redenção.
O programa de antestreias da Festa do Cinema Francês 2020 integra ainda as comédias "Doutor?", de Tristan Séguéla, e "O Melhor Ainda Está para Vir", de Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte, "Notre Dame de Paris", de Varélie Donzelli, e "Play", a terceira longa de Anthony Marciano, que desenha o retrato da juventude dos anos 90, num olhar terno sobre o passar do tempo.
As novas confirmações juntam-se ao já anunciado programa Delphine Seyrig, Insubmusa, coprogramado com a Cinemateca Portuguesa.
A edição 2020 da Festa do Cinema Francês passa por quatro cidades: Lisboa (8 a 21 de outubro), Porto (26 de outubro a 4 de novembro), Coimbra (21 a 24 de outubro) e Almada (14 a 18 de outubro). Mais detalhes da programação serão revelados nas próximas semanas.