16 Out 2015 18:40
A China queria que "Hora do Lobo" representasse a sua cinematografia na edição 2016 dos Oscars. A academia norte-americana recusou.
Apesar de a produção ser maioritariamente chinesa (com apenas 20% de capital francês), e de o elenco falar apenas mandarim e mongol, o facto de o realizador, o diretor de fotografia e o montador serem franceses, e de o compositor da banda sonora ser o americano James Horner, acabou por desqualificar o filme.
O realizador Jean-Jacques Annaud não se conforma. Em declarações ao The Hollywood Reporter, qualifica a decisão da Academia como "arbitrária e confusa" e assinala que das cerca de 600 pessoas envolvidas em "A Hora do Lobo" só sete não eram chinesas. Até a própria música que acompanha o filme, apesar de ter sido composta por Horner, "foi inteiramente gravada em Pequim", acrescenta.
Todo o processo é mais curioso quando se olha para o historial das relações de Annaud com a República Popular da China. Em 1997, foi banido de entrar no país por ter abordado o tema da invasão chinesa de território tibetano em "Sete Anos no Tibete", com Brad Pitt. Mais de 15 anos depois, a situação muda radicalmente e Annaud vai à China rodar um filme sobre lobos e pastores mongóis.
Curiosamente, "The Nightingale", candidato chinês aos Oscars em 2015, também foi uma produção sino-francesa com realização de um francês, Philppe Muyl. Na altura, a Academia não levantou qualquer tipo de problema.