06 Set 2024
Os filmes “On Falling”, de Laura Carreira, e “Hanami”, de Denise Fernandes, foram selecionados para a competição de estreias na realização de longas-metragens do Festival de Cinema de Londres 2024, anunciou a organização.
Em “On Falling”, Laura Carreira explora as questões ligadas ao trabalho e à precariedade, tal como aconteceu nas curtas-metragens “Red Hill” (2918) e “The Shift” (2020).
Protagonizado pela atriz Joana Santos, o filme é uma produção da portuguesa BRO, em parceria com o Reino Unido, através da Sixteen Films, cofundada pelo realizador Ken Loach, tendo recebido apoio financeiro do Instituto do Cinema e do Audiovisual.
Laura Carreira nasceu no Porto em 1994, mas mudou-se para a Escócia em 2012 para estudar Cinema, tendo permanecido a viver e trabalhar no Reino Unido.
Na mesma competição, que reconhece a estreia mais original e imaginativa de um realizador, encontra-se “Hanami”, de Denise Fernandes, recentemente distinguido com o prémio revelação na 77.ª edição do Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, onde a portuguesa de ascendência cabo-verdiana estudou.
Filmada na Ilha do Fogo, em Cabo Verde, esta longa-metragem fala das etapas e dores do crescimento de uma menina, desde que está na barriga da mãe até à adolescência.
“Hananimi” é uma coprodução luso-suíça, com participação da Alina Film, da Televisão Suíça-Italiana e da portuguesa O Som e a Fúria.
Do programa da 68.ª edição do Festival de Cinema de Londres constam ainda “Grand Tour”, de Miguel Gomes, “Fogo do Vento”, de Marta Mateus, que sucede à curta-metragem “Farpões Baldios” (2017).
A história de “Grand Tour” segue um romance de início do século XX, com Edward (Gonçalo Waddington), um funcionário público do império britânico que foge da noiva Molly (Crista Alfaiate) no dia em que ela chega para o casamento.
Miguel Gomes já conquistou o prémio de melhor realização no festival de Cannes deste ano com “Grand Tour”, um feito até aqui inédito para o cinema português.
“Fogo do Vento”, estreia de Marta Mateus no formato longo, acompanha alguns dos protagonistas do filme anterior da realizadora, a curta-metragem “Farpões Baldios”.
O filme, parte da secção ‘Dare’ (Ousar), aprofunda histórias de uma comunidade alentejana, “num filme político que convoca a memória das gerações anteriores”, indo “da resistência à ditadura salazarista ao tempo presente, numa reflexão sobre guerra e paz”, que marca “a importância do seu discurso no atual contexto mundial”, segundo a sua apresentação.
Ainda nesta secção vai ser projetado o filme “As noites ainda cheiram a pólvora”, do realizador moçambicano Inadelso Cossa, que se estreou no Festival de Berlim em fevereiro e que reflete sobre a memória da guerra civil no país.
Por fim, vai ser mostrada a curta-metragem “Nossa Senhora Que Queima”, da artista visual e cineasta Alice dos Reis, filmado na Serra da Gardunha, na Beira Baixa.
Ao longo dos 12 dias, o festival vai mostrar 253 longas-metragens, curtas-metragens, séries e obras de 79 países, em 63 línguas.
Entre estas estão 39 estreias mundiais, incluindo “Blitz”, de Steve McQueen, um drama histórico protagonizado por Saoirse Ronan e Elliott Heffernan sobre um rapaz rebelde que se lança à aventura por Londres durante a Segunda Guerra Mundial, mas acaba por encontrar um enorme perigo, enquanto a mãe, perturbada, tenta encontrá-lo.