8 Set 2016 16:17
Quando descobrimos "O Amigo Gigante", de Steven Spielberg, foi inevitável recordar que o autor do livro adaptado, o galês Roald Dahl possui uma obra muitas vezes tratada, quer pelo cinema, quer pela televisão. Vale a pena recordar a versão de "Charlie e a Fábrica de Chocolate", assinada por Tim Burton em 2005; mas também uma produção menos conhecida, mas igualmente brilhante — tem data de 1996 e chama-se "James e o Pêssego Gigante".
Randy Newman é o responsável pelas canções do filme. E apetece dizer que a importância do seu trabalho não tem nada de acidental. De facto, já depois do lançamento do filme, "James e o Pêssego Gigante" foi também transformado em espectáculo musical de palco, afinal mostrando que o gosto da fábula e as matérias musicais podem estabelecer as mais surpreendentes alianças — no caso do teatro, os compositores foram Benj Pasek e Justin Paul.
À maneira de muitas fábulas clássicas, esta é a saga de um menino órfão que, graças a um passe de mágica, entra numa aventura que, por assim dizer, lhe é oferecida por uma entidade capaz de coisas francamente pouco habituais — neste caso, essa entidade é a sua nova casa voadora, ou seja, um… Pêssego Gigante.
Curiosamente, a realização de "James e o Pêssego Gigante" tem assinatura de Henry Selick, colaborador de Tim Burton em "O Estranho Mundo de Jack", produzido três anos antes, portanto em 1993. Em qualquer um deles há um gosto paradoxal pelo negrume das histórias, como se apenas a partir desse negrume pudesse nascer a luz e a festa essenciais ao próprio espectáculo.