MEAN STREETS (1973)
Entre os títulos que definem as coordenadas de uma nova modernidade americana, "Mean Streets", de Martin Scorsese, é uma referência incontornável — chamou-se entre nós "Os Cavaleiros do Asfalto".
A recente estreia de "Cabaret Maxime", de Bruno de Almeida, fez-nos lembrar que há cineastas que mantêm uma subtil relação criativa com o cinema americano e, em particular, com os filmes ligados ao imaginário da noite e de uma certa marginalidade. São muitos, por certo, os títulos que podíamos evocar como antepassados dessa visão. Mas fiquemo-nos por um que, além do mais, mantinha também uma relação visceral com os mestres do período clássico — foi em 1973 e chama-se “Mean Streets”.
Vogamos num peculiar ambiente da noite nova-iorquina, assombrado pelas convulsões do crime organizado — no elenco destacam-se dois actores na altura ainda não muito conhecidos: Harvey Keitel e Robert DeNiro. O realizador Martin Scorsese, embora fosse já um nome importante no mapa da produção independente, ainda não possuía a aura que lhe seria conferida, três anos mais tarde, com “Taxi Driver”.
“Mean Streets, entre nós chamado “Os Cavaleiros do Asfalto”, corresponde a uma primeira sistematização dos temas de eleição de Scorsese, desde a análise de um certo submundo, perverso e inquietante, até à abordagem das suas raízes italianas. Obviamente não por acaso, a banda sonora exibia diversos sinais dessas raízes, incluindo “Addio, Sogni di Gloria”, uma canção popular napoiltana interpretada pelo grande tenor Giuseppe Di Stefano.
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