19 Jul 2015 19:17
Símbolo perene da produção independente, a Miramax está à venda — de acordo com artigo publicado na revista Variety, o respectivo valor poderá atingir mil milhões de dólares.
Fundada pelos irmãos Harvey e Bob Weinstein em 1979, a Miramax, na dupla qualidade de estúdio produtor e distribuidor, afirmou-se como uma força singular no desenvolvimento do espaço dos independentes. A consagração da sua estratégia ocorreu em 1997, com a vitória nos Oscars de "O Paciente Inglês", realizado por Anthony Minghella — nove estatuetas douradas, incluindo a de melhor filme.
Harvey e Bob Weinstein venderam a Miramax à Disney em 1993, mas mantiveram-se ligados à sua gestão até 2005 (nessa altura fundando The Weinstein Company). Por sua vez, em 2010, a Disney vendeu-a ao grupo Filmyard Holdings, que envolve capitais americanos e do Qatar.
Do catálogo da Miramax fazem parte títulos emblemáticos como "Sexo, Mentiras e Video" (Steven Soderbergh, 1989), "Jogo de Lágrimas" (Neil Jordan, 1992), "O Piano" (Jane Campion, 1993), "Pulp Fiction" (Quentin Tarantino, 1994) ou "Trainspotting" (Danny Boyle, 1996).
Aliás, a impressionante dimensão desse catálogo (cerca de 700 títulos) será sempre um valor essencial em qualquer transacção, mesmo se alguns analistas consideram que o valor anunciado pode estar inflaccionado (a Disney vendeu a Miramax por 660 milhões de dólares).
Dois dados podem ser decisivos: primeiro, o interesse de plataformas de streaming como a Netflix, Hulu ou Amazon; depois, um renovado envolvimento dos Weinsteins que, em 2013, com a sua nova companhia, assinaram um acordo de distribuição com a Miramax.