Obituário

Morreu a estrela de “Serenata à Chuva”

A mãe de Carrie Fisher só viveu mais um dia depois da morte da filha — vitimada por um AVC, Debbie Reynolds faleceu em Los Angeles, contava 84 anos de idade.

29 Dez 2016 23:03

No clássico do género musical "Serenata à Chuva" (1952), era ela que surgia de um bolo para cantar e dançar… E cantava e dançava, com ligeireza e elegância, em várias cenas com Donald O’Connor e Gene Kelly (também co-realizador, com Stanley Donen), numa performance que fez dela uma estrela.

Debbie Reynolds não resistiu a um AVC, ocorrido quando, em casa de seu filho Todd Fisher, preparava as cerimónias fúnebres de sua filha, Carrie Fisher, falecida um dia antes. Conduzida ao Hospital de Cedars-Sinai, em Los Angeles, viria a falecer a 28 de Dezembro — contava 84 anos.

Casou três vezes, a primeira das quais com o cantor Eddie Fisher (1928-2010), pai de Carrie e Todd Fisher. O seu divórcio foi particularmente atribulado, e muito explorado pela imprensa de escândalos de Hollywood, uma vez que Fisher iniciara uma relação com Elizabeth Taylor (com quem viria a estar casado entre 1959 e 1964).

Na sequência de "Serenata à Chuva", e ao longo da década de 50, Debbie Reynolds tornou-se numa das figuras mais populares de Hollywood, assumindo personagens românticas capazes de integrar as componentes do musical ou da comédia. Entre os seus títulos mais célebres dessa época incluem-se "As Três Noites de Susana" (Frank Tashlin, 1954), "Armadilha Amorosa" (Charles Walters, 1955), "A Ingénua e o Solteirão" (Blake Edwards, 1958), "A Pousada das Ilusões" (Robert Mulligan, 1960) e "Os Milhões de Molly Brown" (Charles Walters, 1964) — este último valeu-lhe uma nomeação para o Oscar de melhor actriz [trailer].

A sua presença na produção cinematográfica foi-se tornando mais rara a partir do final da década de 60, tendo começado a surgir com frequência em televisão. Depois disso, vimo-la em pequenos papéis, por exemplo em "O Guarda-Costas" (Mick Jackson, 1992) e "Quando o Céu e a Terra Mudaram de Lugar (Oliver Stone, 1993). Mais recentemente, interpretou a personagem da mãe de Liberace em "Por Detrás do Candelabro" (Steven Soderbergh, 2013).

Em Novembro de 2015, a Academia de Hollywood distinguiu-a com o prémio humanitário Jean Hersholt — impossibilitada de estar presente na cerimónia, foi representada pela neta Billie Lourd, filha de Carrie Fisher. Em 1988, Debbie Reynolds publicou a autobiografia "Debbie: My Life"; uma versão actualizada, com o título "Unsinkable: A Memoir", surgiu em 2013.