21 Set 2016 20:31
Curtis Hanson, realizador de "L. A. Confidencial" faleceu em sua casa, em Los Angeles, no dia 20 de Setembro, devido a complicações decorrentes da doença de Alzheimer — contava 71 anos.
A consolidação da obra de Hanson deu-se, em grande parte, através do trabalho como argumentista, estando o seu nome ligado, por exemplo, a títulos como "O Cão Branco" (1982), de Samuel Fuller, e "Os Lobos não Choram" (1983), de Caroll Ballard.
Seria também como argumentista que ganharia um Oscar, pela adaptação (partilhada com Brian Helgeland) do romance "L. A. Confidencial", de James Ellroy, na base do "thriller" homónimo de 1997. Centrado numa história de corrupção em Los Angeles, na década de 1950, o filme obteve, aliás, um total de nove nomeações, tendo valido ainda uma estatueta dourada a Kim Basinger, na categoria de actriz secundária — Hanson estava também nomeado como realizador e produtor (melhor filme).
Distinguiu-se, sobretudo, pela capacidade de encenar universos marcados pelas mais diversas formas de violência interior. Nesta perspectiva, um dos seus trabalhos mais elaborados (porventura também dos menos conhecidos) é "8 Mile" (2002), retrato de um rapper interpretado por Emimem, numa composição com ressonâncias auto-biográficas mais ou menos implícitas.
Entre os seus maiores sucessos incluem-se ainda "A Mão que Embala o Berço" (1992), "thriller" com Rebecca De Mornay, "Rio Selvagem" (1994), aventura dramática protagonizada por Meryl Streep, e "Wonder Boys – Prodígios" (2000), retrato íntimo de um professor interpretado por Michael Douglas. Este último valeu a Bob Dylan o seu único Oscar, pela canção "Things Have Changed".
Encerrou a sua filmografia com "Realizar o Impossível" (2012), sobre um grupo de surfistas. As suas precárias condições de saúde não lhe permitiram concluir a tarefa, tendo o filme sido completado por Michael Apted.