5 Jun 2016 18:38
A vida de Muhammad Ali foi inspiradora para o cinema de diversas formas. O tricampeão mundial e campeão olímpico
de boxe, que morreu com 74 anos, foi presença regular em cinema ou televisão, e biografado amplamente através de documentários
e até de um biopic onde Ali interpretou o seu próprio papel.
Assim sucedeu na sua primeira presença em cinema na longa-metragem "Um Homem e o Seu Destino" (1962), onde interpretava um pequeno papel enquanto Cassius Clay, num filme dirigido por Ralph Nelson, com Anthony Quinn no principal papel.
"The Greatest" (1970) foi o apelido de Ali e também o
nome do primeiro filme que foi totalmente dedicado ao seu percurso e onde assumia o papel principal. Dirigido por Tom Gries
e Monte Hellman, o filme narra a história do pugilista desde os jogos olímpicos de 1960 até 1974, quando travou a histórica luta contra George Foreman.
Ernest Borgnine interpreta o técnico Angelo Dundee e James Earl Jones
dá vida ao líder político Malcolm X, mas quem vive Ali é o próprio – o
que torna o filme um registo único, repleto de imagens marcantes das lutas que travou.
Ali apreciava envolver-se no cinema e voltou a representar no filme televisivo "Freedom Road" (1979), onde interpretou Gideon Jackson, um
ex-escravo americano que é eleito senador. Um assunto marcante na sua vida pessoa devido as lutas travadas pelo seu pai.
O seu percurso voltaria a ser dramatizado num filme biográfico em "Ali" (2001),
de Michael Mann. Desta vez, o pugilista é desempenhado por Will Smith, ator tipíco de comédias mas que surpreendeu ao viver os
dramas do pugilista após a derrota contra Sonny Liston e a conversão ao islamismo.
"Quando Éramos Reis" (1996), aprofundou mais a personagem e ganhou o Óscar de melhor documentário. Foreman e Ali
subiram ao palco para receber o prémio, sob aplausos de atores e realizadores e cinema.
Ao longo de meio século não faltaram
documentários que ajudassem a entender o
seu percurso extraordinário no desporto, como "Muhammad Ali, The Greatest" (1969) e "A.K.A. Cassius Clay" (1970), ou que aprofundassem o perfil político e ativista do desportista, como sucedeu em "I Am Ali" (2014).
Em "Muhammad Ali – O Grande Combate" (2013), o cineasta britânico Stephen Frears foca a luta travada na justiça norte-americana, em 1967, quando Ali se recusou a prestar serviços militares por não querer participar da guerra do Vietname, alegando motivos religiosos. O pugilista teve
que enfrentar as consequências: evitou uma pena de cinco
anos de prisão, mas ficou sem licença para lutar. Mais tarde perderia o título mundial dos pesados.
O tema foi abordado no documentário "The Trials of Muhammad Ali" (2013), realizado por Bill Siegel.