29 Out 2014 23:01
Não deixa de ser curioso lembrar que, sendo uma referência emblemática de uma certa vertente fantástica do cinema, "O Sexto Sentido", de M. Night Shyamalan, é também detentor de um título muito especial: é um dos grandes sucessos históricos da produção de Hollywood (293 milhões de dólares nas salas americanas) que não tem a ver com "super-heróis" e agitações mais ou menos "especiais".
Aliás, talvez se possa condiderar que o continuado fascínio do filme escrito e realizado por Shyamalan provém, antes do mais, do seu carácter inclassificável. Embora convocando algumas variações do género de terror, a história da criança que vês os mortos (I see dead people) é também uma derivação, tão cruel quanto poética, sobre os limites sensoriais da experiência humana.
Com Bruce Willis, Toni Collette e o pequeno e talentoso Haley Joel Osment (contava, na altura 11 anos), "O Sexto Sentido" ficou como uma das mais sofisticadas proezas narrativas de Shyamalan e também um dos seus títulos a transcender a conjuntura de difusão em que surgiu — na prática, um genuíno objecto de culto.