21 Jan 2025
A Cinemateca Portuguesa anunciou hoje o início de projeto de aproximação a escolas, professores e alunos. A FILMSCHOOL tem por objetivo contribuir para um conhecimento mais aprofundado das práticas de produção de conhecimento, mediação, programação e formação em literacia fílmica.
No âmbito deste projeto, serão organizadas ações de formação pensadas para as equipas da Cinemateca Júnior e do serviço educativo da Cinemateket i Oslo, parceira do projeto; oficinas e intervenções em contexto de sala de aula e sessões públicas, abertas a todos, com exibição de filmes de autores nacionais e noruegueses, alguns deles em novas cópias digitais.
Na sequência do projeto FILMar, desenvolvido entre 1 de fevereiro de 2020 e 30 de abril de 2024, que permitiu a digitalização de mais de duas centenas de títulos do património fílmico nacional e promoveu a sua exibição em sessões em Portugal e no estrangeiro, este novo projeto visa identificar, promover e desenvolver o cinema enquanto ferramenta pedagógica, num trabalho de proximidade entre professores, alunos e programadores.
O trabalho centrar-se-á em temáticas do currículo do ensino secundário, procurando relacioná-lo com exemplos do cinema português por meio de exercícios de análise e contextualização destinados à relação entre o ensino, a aprendizagem e a programação.
Ao longo de quatro meses, e todos os últimos sábados do mês, as portas da Cinemateca Júnior abrem-se para uma sessão especial, preparada e apresentada pelos alunos das escolas envolvidas.
A primeira sessão será no sábado, 25 de janeiro, às 15h00, e inclui três DOURO FAINA FLUVIAL, de Manoel de Oliveira (1931, com partitura de Emmanuel Nunes), MARÇANO, PRECISA-SE!, de Fernando Lopes (1962), e PARA UM ÁLBUM DE LISBOA, de Manuel Faria de Almeida (1969). O filme de Fernando Lopes é escolhido, ainda, como homenagem ao realizador que, em 2025, faria 90 anos.
O CINEMAX RTP também estará envolvido no projeto FILMSCHOOL com uma sessão especial no CINEMAX CURTAS em data a anunciar.
No final do projeto a FILMSCHOOL produzirá igualmente um manual de boas práticas para o contexto escolar e a programação em cinema de património, com a colaboração de especialistas nacionais e internacionais, que será disponibilizado gratuitamente.
Serão ainda publicadas duas edições, uma destinada aos mais novos, com a editora Pato Lógico, e outra na coleção Cadernos da Cinemateca, reunindo textos sobre pedagogia e cinema.
O projeto inclui ainda a gravação de uma nova partitura para um filme raro do cinema português, recentemente digitalizado, pelos alunos da Escola Profissional da Metropolitana, que será estreada num cine-concerto a apresentar no final do mês de abril.
Também em Oslo serão desenvolvidas atividades com a comunidade escolar, em moldes semelhantes e em cooperação com as escolas e profissionais portugueses.