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Todd Haynes preside ao júri do Festival de Berlim 2025
O realizador norte-americano sucede a Lupita Nyong'o na liderança do grupo de individualidades que vai atribuir o palmarés na próxima edição da Berlinale, em fevereiro.
15 Nov 2024
O realizador americano Todd Haynes, conhecido pelos seus retratos vibrantes de mulheres e pelos seus filmes sobre o amor homossexual, vai presidir ao júri da Berlinale em fevereiro próximo, anunciaram os organizadores.
Para a 75.ª edição, o festival de cinema de Berlim escolheu uma figura de proa do cinema de autor “apreciado pela sua grande sensibilidade na exploração dos mundos interiores dos marginais e das mulheres, bem como pela sua fascinante investigação sobre género e identidade”.
“Todd Haynes é um argumentista e realizador talentoso com uma gama impressionante de talentos – o seu trabalho é estilisticamente variado, mas também instantaneamente reconhecível”, sublinha a diretora da Berlinale, a americana Tricia Tuttle, que este ano substituiu a dupla formada pela holandesa Mariette Rissenbeek e o italiano Carlo Chatrian.
O seu filme mais recente, “May December”, reuniu Julianne Moore, uma das suas atrizes preferidas, com Natalie Portman, para reconstituir a relação proibida entre um menor e um adulto, a partir de uma história verídica que fez manchetes na época.
Durante a carreira, Todd Haynes tem alternado entre filmes sobre histórias de amor transgressoras, como “Carol”, uma paixão entre duas mulheres na América puritana, e obras mais experimentais como “I’m Not There”, um filme biográfico sobre Bob Dylan, interpretado por vários atores em diferentes períodos da sua vida, que ganhou o Grande Prémio do Júri no Festival de Veneza.
Afastando-se do seu estilo habitual, Todd Haynes deu a Mark Ruffalo o papel de um advogado combativo em “Dark Waters”, inspirado numa história verídica sobre um escândalo de poluição.
O realizador de 63 anos sucede à atriz mexicana-queniana Lupita Nyong’o, que foi a primeira pessoa negra a ocupar este lugar na 74.ª Berlinale.
A Berlinale, que decorre de 13 a 23 de fevereiro de 2025, é um dos três maiores festivais de cinema da Europa, juntamente com Cannes e Veneza.
Em 2024, o documentário “Dahomey”, do realizador franco-senegalês Mati Diop, sobre as restituições pós-coloniais da França ao Benim, ganhou o Urso de Ouro.