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14 Mai 2025

No dia seguinte à cerimónia de abertura, marcada pelo apelo anti-Trump de Robert De Niro, o Festival de Cannes convida Tom Cruise a apresentar a oitava aventura de “Missão: Impossível”.

A exibição do filme com a superestrela de Hollywood é um dos acontecimentos mais aguardados da 78.ª edição do festival.

Os fãs do herói Ethan Hunt não podiam desejar melhor cenário para encerrar a saga cinematográfica e Cannes não podia ter pedido uma estrela mais carismática do que o ator de 62 anos, uma das poucas pessoas capazes de atrair milhões de espectadores apenas com o seu nome nos cartazes.

O espetáculo está garantido com este audacioso, que chegou à Croisette de helicóptero há três anos para apresentar “Top Gun: Maverick” e que eletrizou a cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Paris, em agosto passado, ao saltar do telhado do Stade de France.

Agora, para apresentar o último episódio da saga, que chega aos cinemas portugueses a 22 de maio, Tom Cruise subirá a escadaria do Palácio do Festival pouco antes das 18h00 e estará rodeado de músicos que tocarão a famosa banda sonora de “Missão: Impossível”, composta por Lalo Schifrin.

A franquia já dura “há 30 anos. Este é o primeiro filme que produzo oficialmente e isso significa muito para mim”, disse Tom Cruise numa conferência de imprensa durante a manhã com o realizador Christopher McQuarrie. “Divertimo-nos muito a fazê-lo (…) e agora está a dar frutos”, acrescentou.

O filme, com quase três horas, promete dar aos fãs todas as chaves da saga, que começou no pequeno ecrã entre 1966 e 1973 e foi lançada no cinema por Brian De Palma em 1996.

Acrobacias impossíveis: “ninguém no mundo consegue fazer isto, exceto Tom Cruise”

As acrobacias definem o fenómeno Tom Cruise, quase tanto quanto a saga “Missão: Impossível”, que o realizador Christopher McQuarrie teve o gosto de detalhar num encontro com a imprensa, sob o olhar divertido do ator, com quem já colaborou em 11 filmes.

O sétimo “Missão: Impossível” opôs Tom Cruise a uma inteligência artificial maquiavélica, a Entidade, e a sequela promete retomar o enredo no ponto em que parou, com os mesmos cúmplices no ecrã, incluindo Simon Pegg e Hayley Atwell.

Depois de uma das acrobacias mais espectaculares de “Missão: Impossível”, a bordo de um comboio que mergulha no vazio, Tom Cruise vai desta vez voar nas asas de um pequeno avião ou mergulhar no abismo para penetrar num submarino.

O cartaz de “Missão: Impossível – O Ajuste de Contas Final” mostra uma dessas cenas: Tom Cruise, pendurado de cabeça para baixo num biplano, promete ultrapassar os limites das acrobacias que raramente delega.

Para executar esta sequência, o ator de 62 anos teve de sair do cockpit com “um vento que nos arrasta a quase 230 km/h por causa da hélice. As moléculas do ar estão tão dispersas que estamos a respirar, mas, fisicamente, não estamos a armazenar oxigénio”, disse Christopher McQuarrie. “Sabemos por experiência que, ao fim de 12 minutos, a fadiga causada pelo vento enfraquece todo o corpo, ao ponto de ser como se tivesse passado duas horas no ginásio”, continuou o realizador.

Ao fim de 12 minutos, quando McQuarrie lhe acenou do seu helicóptero para cortar, Tom Cruise pediu para continuar a cena.

“O Tom tinha chegado a um ponto tão extremo de exaustão que já não conseguia manter-se de pé na asa”, recorda o realizador, que dirigiu os últimos quatro filmes da saga. Ele e a equipa esperaram por um sinal do ator, mas ele “ficou ali deitado” com os braços a abanar.

Foi então que o piloto do biplano anunciou que só restavam três minutos de gasóleo. Tom Cruise tinha estado na asa “durante 22 minutos” e o avião não podia aterrar naquelas condições, segundo McQuarrie.

“Vimos o Tom levantar-se e colocar a cabeça no cockpit para oxigenar o corpo e entrar”, acrescentou, antes de concluir: “ninguém na Terra consegue fazer isso, exceto o Tom Cruise”.

As acrobacias tornaram-se “cada vez mais loucas de filme para filme”, admitiu o ator. “As pessoas podem ter medo do desconhecido. Nunca foi o meu caso”, disse a estrela americana. “O que sinto quando estou perante o medo? Digo para mim próprio: ‘Oh, isso é estimulante'”, explicou.

“Filmaria uma sequência dessas com outra pessoa que não fosse Tom Cruise?”, perguntou Christopher McQuarrie. “Antes de mais, não teria dinheiro para filmar uma cena dessas”, riu-se.

O realizador também falou dos bastidores de outra cena em que o herói tem de mergulhar até às profundezas do oceano para entrar num submarino.

“Quando olhamos para o Tom, dentro de uma sala semi-submersa que gira sobre si própria e está alojada num cabo de aço com 18 metros de diâmetro, com mil toneladas, girando 360 graus e completamente submersível, (…) estamos a testar a instalação”, insistiu McQuarrie.

A equipa tinha construído um modelo em miniatura com uma pequena figura no interior, mas “rodámo-lo uma vez e partiu-se”.

Quando a instalação ficou completa e a rotação começou, “ficámos chocados ao descobrir que nada do que tínhamos pensado fisicamente tinha sido previsto”.

Pensámos: “O que vamos fazer com este ambiente? Esta é a sequência que vão ver esta noite com o Tom Cruise lá no meio”, concluiu o realizador.

  • CINEMAX - RTP c/ agências
  • 14 Mai 2025 16:26

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