05 Jul 2023

A menos de um mês do anúncio oficial, avolumam-se os habituais rumores sobre os filmes que poderão estar presentes no Festival de Veneza.

A edição do 80.º aniversário terá lugar entre 30 de agosto e 9 de setembro, na cidade italiana que desde 1947 recebe a Mostra Internacional de Arte Cinematográfica, um dos três grandes festivais de cinema europeus, ao lado de Berlim e Cannes.

Damien Chazelle presidirá ao júri da competição principal, enquanto Alice Diop e Jonas Carpignano vão desempenhar funções semelhantes no júri do prémio de primeiras obras e na secção Horizontes, respetivamente.

Liliana Cavani, uma das principais realizadoras do Novo Cinema Italiano, e Tony Leung Chiu-wai, o ator de Hong Kong conhecido pelas inúmeras colaborações com Wong Kar-wai, serão distinguidos com o Leão de Ouro pelo conjunto da sua carreira.

O anúncio da seleção oficial está marcado para terça-feira, 25 de julho.

Entre os filmes de que mais se fala para o alinhamento estão três obras de cineastas mal-amados, envolvidos em escândalos de alegadas agressões sexuais: Roman Polanski, Woody Allen e Luc Besson.

Polanski tem preparado “The Palace”, uma comédia negra passada num luxuoso hotel suíço na véspera de ano novo em 1999. Escrito a meias com o casal de compatriotas polacos Ewa Piaskowska e Jerzy Skolimowski, o filme conta com um elenco internacional onde pontuam Oliver Masucci, Fanny Ardant, John Cleese, Mickey Rourke e o português Joaquim de Almeida.

Em 2019, Veneza, estreou a obra anterior de Polanski, “J’accuse – O Oficial e o Espião”, e atribuiu-lhe um Leão de Prata.

Woody Allen, esteve em Paris a rodar a sua primeira longa-metragem falada em francês, “Coup de Chance”, uma comédia romântica com Lou de Laage, Valerie Lemercier, Melvil Poupaud e Niels Schneider. Ausente de Cannes, o filme poderá entrar fora de competição em Veneza.

Para encerrar o capítulo dos realizadores problemáticos, outro candidato a um lugar no Lido é Luc Besson. Acusado de violação por uma atriz, foi ilibado recentemente de todas as acusações. Terá já concluído “DogMan”, com Caleb Landry Jones, o ator que recebeu o prémio de melhor ator na edição 2021 de Cannes pelo desempenho em “Nitram”. Agora, interpreta um homem maltratado em criança e atirado cruelmente aos cães que desenvolve uma relação muito próxima com estes animais.

Quase garantida é a presença de “Poor Things”, a mais recente aventura surreal do grego Yorgos Lanthimos, uma reinterpretação da história de Frankenstein com Emma Stone, Mark Ruffalo e Willem Dafoe; e “Priscilla”, de Sofia Coppola, a história do casamento de Priscilla e Elvis Presley.

Também “Challengers”, o triângulo amoroso passado no mundo do ténis profissional, de Luca Guadagnino, tem lugar quase cravado no festival italiano ao lado de “Ferrari”, a biopic do pioneiro do automobilismo, realizada por Michael Mann e com Adam Driver no principal papel.

Ainda entre os italianos, é de esperar a inclusão de Matteo Garrone com “Io Capitano”, a odisseia de dois migrantes que tentam chegar à Europa; e “Finalmente L’alba”, de Saverio Costanzo, que dirige Lily James e Willem Dafoe e Joe Keery num drama de época, passado na era dourada do cinema italiano nos anos 50.

A boa relação do Festival de Veneza com o streaming – ao contrário do que se passa em Cannes – poderá valer a presença de um forte contingente das plataformas. Os principais candidatos são “Maestro”, a biopic de Leonard Bernstein por Bradley Cooper, “Nyad”, estreia na ficção dos documentaristas Elizabeth Chai Vasarhelyi e Jimmy Chin e “El Conde”, sátira com um Augusto Pinochet em versão vampiro, do chileno Pablo Larraín, todos da Netflix; e ainda “Saltburn”, o novo filme de Emerald Fennell, a mesma de “Uma Miúda Com Potencial”, uma produção da Prime Video.

Por fim, à espera de uma posição como filme de abertura, o inevitável “Mistério em Veneza”, mais um policial de Kenneth Branagh com o inevitável Piorot, inspirado nos romances policiais de Agatha Christie.

  • CINEMAX - RTP
  • 05 Jul 2023 11:16

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