2 Mai 2015 15:54
A estreia do escritor e argumentista Alex Garland como realizador, "Ex Machina", constitui uma excelente surpresa. Mas do ponto de vista temático não é exactamente uma novidade — afinal de contas, desde os tempos heróicos de "Metropolis" (1927), de Fritz Lang, que o cinema nos tem apresentado muitas fábulas sobre a convivência entre seres humanos e robots. "Westworld", produzida há mais de 40 anos, será uma das mais esquecidas dessas fábulas.
Na base do filme está a promoção de um mundo alternativo, chamado Westworld, uma espécie de parque de diversões que imerge os visitantes num cenário que faz lembrar os tempos do velho Oeste americano. E os visitantes podem até travar duelos com os cowboys. Em boa verdade, podem até dar-lhes um tiro — é que eles são robots.
Acontece que os paraísos tecnológicos não são aquilo que parecem. E a pouco e pouco os visitantes vão descobrindo que, afinal, os robots têm… vontade própria. Com grande frieza, são mesmo capazes de fazer o papel de cowboys vingativos e disparar contra os humanos — não a fingir, mas com balas verdadeiras.
Escrito e realizado por Michael Crichton, o autor de livros como "A Ameaça de Andrómeda", "O Homem Terminal" ou "Parque Jurássico" (todos eles adaptados ao cinema), "Westworld" é um exemplo muito típico, e também muito feliz, das transformações temáticas e tecnológicas dos anos 70 — afinal de contas, podemos dizer que continuamos à procura da fronteira onde termina o factor humano e começa o artifício das máquinas.