Robin Williams e Mila Kunis: bons intérpretes, resultados francamente menores

crítica

Nem drama, nem comédia

Foi um dos derradeiros títulos em que Robin Williams participou: "Aproveita a Vida Henry Altmann" tem assinatura de Phil Alden Robinson e tenta, sem grande eficácia, encontrar um registo a meio caminho entre drama e comédia.

Duas razões de peso suscitavam especial interesse em torno de "Aproveita a Vida Henry Altmann" (título original: "The Angriest Man in Brooklyn"): em primeiro lugar, o facto de se tratar de um dos derradeiros filmes protagonizados por Robin Williams; depois, o reencontro com Phil Alden Robinson, realizador do admirável "Campo de Sonhos" (1989), com Kevin Costner.

Pois bem, o mínimo que se pode dizer é que os resultados ficam muito aquém das qualidades dos talentos envolvidos — no elenco surgem ainda, por exemplo, Mila Kunis e Melissa Leo. Não seria fácil, de facto, encontrar o tom adequado, a meio caminho entre drama e comédia, para uma história tão bizarra, centrada num advogado irascível que, um dia, durante uma consulta médica que degenera em jogo de insultos, é informado que só vai viver mais 90… minutos!

Alguns momentos, sobretudo nas cenas entre Williams e Kunis, são sinal de evidente competência. O certo é que "Aproveita a Vida Henry Altmann" vai deslizando para um tom simplista e "demonstrativo", a que não faltam alguns flashbacks francamente redundantes. É pena, mas mesmo com toda a simpatia que Williams suscita, este é um exemplo claro de um filme cujos resultados não cumprem as potencialidades do seu material dramático.