Zachary Quinto (Spock) e Karl Urban (McCoy) —


joao lopes
25 Ago 2016 16:18

Na saga dos "blockbusters" de Verão, "Star Trek: Além do Universo" ("Star Trek Beyond") é mais um sintoma de tudo aquilo que está a contaminar o edifício espectacular de Hollywood — mais do que isso: de tudo aquilo que tende a contribuir para que Hollywood esqueça os nobres fundamentos das sua políticas de entertainment.

Estamos, afinal, perante um objecto que, ainda que envolvido numa importante efeméride — comemoram-se 50 anos do lançamento do primeiro episódio da série televisiva original —, parece esquecer-se dos fundamentos dramáticos e dramatúrgicos do universo criado por Gene Roddenberry (1921-1991). Tudo se passa como se tal universo não fosse uma inspiração, apenas uma caução, deixando o filme à deriva.
Na prática, "Star Trek: Além do Universo" vai integrando todo o ruído (sonoro, mas também visual) que passou a ser a triste imagem de marca de quase tudo o que Marvel e DC Comicos têm feito em nome dos seus "super-heróis". A acumulação de "números" mais ou menos agitados (?) acaba mesmo por diminuir drasticamente os elementos específicos de Star Trek, em particular a sua filosofia de grupo.
É o terceiro título produzido por J. J. Abrams, depois de "Star Trek" (2009) e "Além do Universo: Star Trek" (2013), que ele também realizou — eram, pelo menos, filmes com um projecto de revitalização do universo de Roddenberry. Agora, com a direcção entregue a Justin Lin, especialista de "Velocidade Furiosa", ganha-se em agitação (?) aquilo que se perde em concisão espectacular e emoções da aventura. Dias difíceis em todas as galáxias…

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