17 Out 2014 16:27
De seu nome verdadeiro Claudine Lucie Pauline Huzé, a actriz francesa Marie Dubois faleceu em Lescar (Pirinéus) no dia 15 de Outubro. Desde finais da década de 70 marcada pela esclerose múltipla, continuou a trabalhar até ao começo do séc. XXI — contava 77 anos [obituário no jornal "Libération"].
Marie Dubois nunca foi uma estrela da primeira linha do cinema francês. Em todo o caso, isso não a impediu de ser uma figura muito popular, além do mais ligada aos anos de afirmação do cinema da Nova Vaga — participou, por exemplo, em "Disparem sobre o Pianista" (François Truffaut, 1960), "Uma Mulher É uma Mulher" (Jean-Luc Godard, 1961) e "Jules e Jim" (Truffaut, 1962). Integrou também o elenco de grandes sucessos de bilheteira como "A Grande Paródia" (Gérard Oury, 1966), em que contracenava com Bourvil e Louis de Funès.
Participou em muitas produções, cinematográficas e televisivas, tendo mantido também uma presença regular nos palcos. Entre os títulos mais importantes da sua filmografia incluem-se "O Ladrão de Paris" (Louis Malle, 1967), "Os Donos da Terra" (Michel Soutter, 1972), "Os Inseparáveis" (Claude Sautet, 1974), "O Intruso" (Luchino Visconti, 1976) e "Os Violentos" (Alain Corneau, 1977) — este último valeu-lhe o César de melhor actriz secundária.
A partir de 2001, Marie Dubois ligou o seu nome a diversas campanhas para a promoção da investigação em torno da doença que a afligia — um dos seus testemunhos ficou registado num pequeno filme de divulgação, assinado por Alain Corneau.