13 Mai 2016 16:22
A presenca de Jodie Foster na seleccao oficial de Cannes (extra-competicao) envolveu inevitaveis memorias nostalgicas. Foi ha exactamente 40 anos que, com 13 anos de idade, esteve na Cote d’Azur integrando o elenco de "Taxi Driver", de Martin Scorsese (que arrebataria a Palma de Ouro de 1976). Agora, atraves de "Money Monster" (ja em exibicao), Foster confirma-se como uma invulgar realizadora.
O minimo que se pode dizer de "Money Monster" e que consegue colocar em cena, de forma tao exuberante quanto didactica, as relacoes entre o territorio televisivo e os movimentos do universo financeiro. Basta dizer que tudo se desencadeia a partir do momento em que um jovem (Jack O’Connell) assalta o estudio de um programa sobre o movimento das bolsas (chamado ‘Money Monster’), pedindo explicacoes sobre o facto de, tendo seguido as sugestoes do apresentador (George Clooney), ter perdido 60 mil dolares…
Atraves dessas duas personagens, e tambem da realizadora do programa (Julia Roberts), vai instalar-se um drama em que, em ultima instancia, se discute a verdade e a mentira da televisao, a transparencia ou a falsidade das formas de circulacao do dinheiro. Dito de outro modo: este e um filme sobre a fraude e, muito em particular, sobre a sua "materializacao" no espaco mediatico.
Escusado sera dizer que estamos perante um filme de perturbante actualidade, nao deixando ser, a boa maneira do cinema politico de Hollywood, um "thriller" de exemplar construcao dramatica e muitas emocoes. Para alem do seu talento de actriz, a menina de "Taxi Driver" tornou-se, afinal, uma cineasta de admiravel maturidade.