27 Ago 2017 14:28
Um homem de rosto estranhamente desfigurado por uma máscara agita uma serra eléctrica como um brinquedo letal… A imagem da personagem de Leatherface, no filme "Massacre no Texas" (1974) é, afinal, a assinatura do seu realizador, Tobe Hooper. No sábado, dia 26, Hooper faleceu em Sherman Oaks, arredores de Los Angeles, de causas desconhecidas — contava 74 anos.
"Massacre no Texas" — título original: "The Texas Chainsaw Massacre" — entrou na história mitológica do cinema de terror e, mais do que isso, ficou como um dos símbolos mais bizarros das muitas convulsões (temáticas e de produção) que marcaram a década de 70 do cinema americano. A história do grupo de jovens apanhado por uma família de canibais, liderada por Leatherface, acabou se transformar em objecto de culto, desencadeando infinitas cópias e variações.
Na prática, e apesar de continuar a trabalhar com regularidade, também em televisão, Hooper ficou para sempre definido e catalogado como o cineasta de um "único" filme. O certo é que realizou ainda, por exemplo, "Poltergeist" (1982), produzido por Steven Spielberg (muitas vezes considerado como um filme de Spielberg, não de Hooper, devido às condições da sua rodagem), e "Lifeforce/As Forças do Universo" (1985), cruzamento insólito do filme de vampiros com componentes da ficção científica.
Em 1986, assinou um "Massacre no Texas 2" que não teve, nem de longe nem de perto, o impacto do original (que, com 30 milhões de dólares de receitas, multiplicara por 100 os custos de produção). Em 2011, publicou o romance "Midnight Movie". Continuou a assinar filmes de produção mais ou menos independente, tendo dirigido o seu derradeiro título, "Djinn" (2013), no Dubai.