15 Jan 2024

A Liberdade é o tema central da 8.ª edição do festival de cinema IndieJúnior, que decorre entre os dias 22 e 28 deste mês, no Porto, com uma programação que se associa às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

Nesta edição, o festival internacional de cinema infantil e juvenil vai lançar um “debate alargado, dentro e fora das salas, sobre o lugar da democracia, a sua construção e a execução do projeto de Abril no Portugal de hoje”, explicou a organização, em comunicado.

Além deste posicionamento no presente, o IndieJúnior, espalhado por vários espaços da cidade, desde o Batalha à Casa das Artes, passando pelo Coliseu, pela Biblioteca Almeida Garrett e pelo Museu de Soares dos Reis, fará uma revisitação dos acontecimentos que envolveram a Revolução dos Cravos.

No que ao cinema diz respeito, a organização destaca três sessões de curtas-metragens e uma longa-metragem, nas quais se explora a ideia de liberdade, num sentido amplo.

É o caso do filme “O Casaco Rosa”, de Mónica Santos, uma curta-metragem de animação sobre Rosa Casaco, o agente da PIDE que chefiou a brigada responsável pelo assassinato do General Humberto Delgado, candidato da oposição à ditadura nas eleições presidenciais de 1958.

“A Noite Saiu à Rua”, de Abi Feijó, animação panorâmica sobre uma aldeia dominada pela tirania, e “Balada de um Batráquio”, de Leonor Teles, fábula sobre um comportamento xenófobo enraizado na cultura portuguesa, são outros exemplos.

O IndieJúnior exibirá também um filme evocativo do 25 de Abril realizado por alunos da Escola Básica 2,3 das Caldas de Taipas, em Guimarães, intitulado “O Cravo e A Liberdade” e “48”, de Susana Sousa Dias, longa-metragem dedicada à liberdade que parte de um núcleo de fotografias de cadastro de prisioneiros políticos da ditadura portuguesa (1926-1974), mostra os mecanismos através dos quais um sistema autoritário se tentou perpetuar.

No âmbito da parceria entre o festival e o projeto FILMar, será realizada uma sessão especial sobre o tema, composta por três curtas-metragens portuguesas (“Amanhecer Para Além da Ponte”, “Praias de Portugal” e “O Porto e Os Portugueses”) que oferecem um contexto do Portugal marcelista.

As sessões serão mediadas por convidados.

No dia 28, o Batalha Centro de Cinema recebe a dupla feminina O Som do Algodão, para o filme-concerto “Sons da Liberdade”, que junta histórias e música, corpo e palavra.

Neste espetáculo, a exploração sonora e narrativa envolve a projeção de dois filmes: “Pela Primeira Vez”, documentário de Octavio Cortázar, sobre a primeira ida ao cinema de um grupo de camponeses, e “O Evadido”, de Charlie Chaplin.

O programa paralelo de atividades, designado “Cinema e Liberdade”, no Batalha Centro de Cinema, inclui uma Biblioteca Liberdade, com livros infantojuvenis e momentos de leitura, e uma exposição, “AbrirAbril”, que parte do imaginário das crianças quando pensam em liberdade e em opressão.

O IndieJúnior contará também com várias oficinas dirigidas a crianças e às famílias, nomeadamente uma sobre cartazes revolucionários, a partir das ilustrações de João Abel Manta e do filme “A Noite Saiu à Rua”, e outra que propõe “um novo olhar sobre o espólio expositivo do Museu Soares dos Reis”.

No dia 26 de janeiro, terá lugar uma conferência que reflete sobre o estado da produção de cinema para infância e juventude, intitulada “50 Anos Depois”.

Fora do contexto da revolução, está programado um filme-debate que explora os conceitos de género e do consentimento, e a secção “O meu primeiro filme” terá como convidado o ‘designer’ e comunicador Wandson Lisboa que selecionou, para esta edição do festival, o filme “Toy Story: Os Rivais”.

Destinado aos mais pequenos, o chamado “Cinema de Colo” incluirá sete sessões com projeções coloridas e uma cenografia especial para bebés, a que se junta uma oficina que trabalha com água, cor, imagens em movimento, som e outros elementos sensoriais.

Para os mais crescidos, o IndieJúnior propõe uma sessão de “Cinema à Mesa”, um encontro entre gastronomia e quatro curtas-metragens.

“Oficinas Familiares de Psicologia” e “A Sinfonia da Biodiversidade” são outras propostas para os mais jovens, que exploram, respetivamente, questões presentes no dia a dia da família com crianças e adolescentes, e a interdependência da vida e o equilíbrio dinâmico dos ecossistemas.

A fechar o festival, terá lugar a já costumeira Matiné Dançante do IndieJúnior, “com direito a DJ ‘set’ da Miss Playmobil e bolas de espelhos”.

O IndieJúnior, organizado em parceria com a Câmara Municipal do Porto, vai passar pelo Batalha Centro de Cinema, pela Biblioteca Municipal Almeida Garrett, pela Casa das Artes, pelo Coliseu do Porto, pelo Maus Hábitos e pela Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto.

  • CINEMAX - RTP c/ LUSA
  • 15 Jan 2024 15:27

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