06 Mar 2025

O novo filme do realizador sul-coreano Bong Joon-ho, galardoado com o Óscar por “Parasita”, destaca a resistência dos pequenos contra os poderosos numa época de autoritarismo desenfreado em muitos países, afirmou o realizador.

Com o ator britânico Robert Pattinson no papel principal, “Mickey 17” retrata um jovem voluntário que participa num programa de clonagem futurista.

Mickey é exposto a radiações, inala gases tóxicos e é injetado com vacinas experimentais, antes de renascer várias vezes utilizando uma impressora 3D humana.

“Mickey é um jovem vulnerável e um tanto ou quanto lamentável que, apesar dos muitos desafios que enfrenta, acaba por sobreviver sem quebrar”, disse o realizador do filme que chega esta semana aos cinemas portugueses.

“Era essa a história que eu queria contar”, disse numa conferência de imprensa em Seul, antes do lançamento do filme.

Enquanto “Parasita” – que ganhou a Palma de Ouro em Cannes e se tornou o primeiro filme não falado em inglês a ganhar o Óscar de Melhor Filme – visava os habitantes ricos de Seul, o vilão deste filme, interpretado pela estrela de “Vingadores”, Mark Ruffalo, é um bilionário narcisista que faz lembrar tanto o Presidente dos EUA, Donald Trump, como o seu colaborador Elon Musk, o homem mais rico do mundo.

O político embarca numa viagem ao espaço para colonizar um planeta gelado. Perante as dificuldades financeiras, Mickey é contratado e recebe as tarefas mais perigosas a bordo da nave espacial.

“Ao longo da história, os ditadores forma sendo figuras aterradoras, mas também possuíam um estranho encanto que cativava as massas”, disse.

“Não queríamos que fosse alguém em particular”, disse Mark Ruffalo sobre a personagem, descrita como egoísta e frágil. “Já vimos este tipo de líder muitas vezes ao longo do último século”. Mas “três anos depois, este filme é mais relevante do que era quando o fizemos”, observa o ator referindo-se ao facto de a rodagem ter decorrido em 2022.

  • AFP
  • 06 Mar 2025 16:56

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