19 Mai 2015 0:57
O novo filme da Pixar lida com um tema que os espectadores dos filmes do estúdio de animação conhecem muito bem: as emoções.
Em "Divertida-mente" temos cinco emoções primordiais na forma de personagens que habitam e controlam a mente de uma rapariga de 11 anos. A raiva, o medo, a repulsa, e claro, a tristeza e a alegria, que protagonizam grande parte das decisões que o cérebro da rapariga toma.
A mente é o cenário da ação de um filme que nos desvenda o percurso das memórias, os atalhos para o subconsciente e a forma como se consolida a personalidade. O cérebro é apresentado como um computador que processa, gere e cataloga a informação. Mas que sobretudo corresponde aos estímulos exteriores.
A grande aventura acontece no cérebro de Riley, uma criança que é afetada negativamente pelo transtorno de uma mudança de cidade devido a uma opção profissional do pai. No entanto, essa aventura nem sempre corresponde à avetura da vida de Riley, digamos assim.
A certa altura há um descontrolo emocional, e a alegria e a tristeza deixam de orientar as reações da criança. Esse momento abre caminho para uma série de sobressaltos no interior do cérebro, onde as emoções assumem todo o protagonismo. Esssa opção revela-se um problema no argumento do filme porque toda a ação deixa de ser condicionada pelo que sucede com Riley e passa a ser determinada pelo que acontece no interior da cabeça dela.
Desta forma em grande parte da história (no segundo e no terceiro ato) a relevância da perspetiva humana é reduzida na história e o espectador nunca chega a criar uma verdadeira empatia com a criança. O argumento deste filme da Pixar devia gerar dinânimas narrativas de fora para dentro e vice-versa, como no título original do filme (Inside Out).
Não sendo uma obra prima da Pixar é um filme original, que tem o arrojo de lidar bem com algo de novo, as emoções e as reações cerebrais. Vai valer a pena vê-lo no verão, saudando um filme totalmente novo da Pixar, o que não sucedia desde "Brave – Indomável" (2012).