23 Out 2023
“Assassinos da Lua das Flores” terminou o primeiro fim de semana nas salas de cinema mundiais com uma receita bruta de 44 milhões de dólares. Suplantou os 41,4 milhões de “Eras Tour”, o filme concerto de Taylor Swift construído à volta de três espectáculos da digressão atual da cantora, que se tornou o primeiro do género a passar os 100 milhões em box office na América do Norte, com ajuda do elevado preço dos bilhetes.
Quando ao policial em ambiente western de Scorsese, enfrentou com sucesso uma montanha de dificuldades. Além da duração superior a três horas que obriga a reduzir o número de sessões, trata-se de um drama de época para adultos, rotulado como difícil após duas décadas de narrativas infanto-juvenis com super-heróis, fantasia e desenhos animados. Em cima destes problemas, não pôde contar com a habitual promoção feita pelos atores devido à greve que decorre desde meio de julho.
No mercado conjunto dos Estados Unidos e Canadá, a história de crime envolvendo os Osage passou a ser a terceira melhor estreia de uma obra de Scorsese, tendo em conta valores não ajustados à inflação. Fica atrás dos 46 milhões de dólares de “Shutter Island” (2010) e dos 26,9 milhões de “The Departed – Entre Inimigos” (2006).
No resto do mundo, os melhores resultados vieram do Reino Unido (3 milhões de dólares), de França (2,6 milhões), da Austrália (1,4 milhões) e de Espanha (1,3 milhões).
O mais curioso é forma como estes resultados estão a ser interpretados na imprensa especializada norte-americana. “Assassinos da Lua das Flores” custou 200 milhões de dólares. A fatura foi paga pela Apple que tomou o projeto da Paramount, casa habitual de Scorsese. O estúdio acabou por assumir a distribuição em sala, mas o peso financeiro foi assumido na totalidade pela empresa tecnológica que parece não se importar com o sucesso limitado do filme no grande ecrã. De acordo com notícias que citam fontes próximas da Apple, o custo é visto como “uma forma de publicidade”, uma ferramenta de marketing destinada a promover o serviço de streaming Apple TV+ e por acrescentar prestígio à companhia que tem continua a ter como principal objeto a venda de computadores e telefones.
Numa altura em que a fórmula da propriedade intelectual e das franquias com apelo infanto-juvenil mostra fraqueza – exemplificada nos fracassos recentes da Marvel, da DC Comics e da Disney e nos sucessos de “Barbie” e “Oppenheimer” durante o verão – o cinema da era streaming e pós-COVID apresenta os primeiros sinais de mudança de rumo. Algo para observar com atenção nos próximos meses.
BOX OFFICE
Fim de semana (USD) | Total (USD) | ||||||
# | TÍTULO | TOTAL | RESTO DO MUNDO | EUA | TOTAL | RESTO DO MUNDO | EUA |
1 | Assassinos das Luas das Flores | $44 000 000 | $21 000 000 | $23 000 000 | $44 000 000 | $21 000 000 | $23 000 000 |
2 | Taylor Swift: The Eras Tour | $41 500 000 | $10 500 000 | $31 000 000 | $164 788 501 | $35 000 000 | $129 788 501 |
3 | Leo: Bloody Sweet | $31 249 000 | $29 110 000 | $2 139 000 | $48 542 000 | $43 860 000 | $4 682 000 |
4 | Patrulha Pata: O Super Filme | $16 150 000 | $11 700 000 | $4 450 000 | $148 364 127 | $92 300 000 | $56 064 127 |
5 | Trolls 3 | $14 323 000 | $14 323 000 | – | $16 047 000 | $16 047 000 | – |
6 | O Exorcista: Crente | $13 764 000 | $8 164 000 | $5 600 000 | $107 590 950 | $53 389 000 | $54 201 950 |
7 | Only the River Flows | $12 469 300 | $12 469 300 | – | $12 470 400 | $12 470 400 | – |
8 | Under The Light | $6 888 000 | $6 888 000 | – | $173 113 400 | $173 113 400 | – |
9 | O Criador | $6 700 000 | $4 100 000 | $2 600 000 | $90 359 287 | $53 600 000 | $36 759 287 |
10 | The Volunteers: To the War | $5 306 400 | $5 306 400 | – | $101 222 150 | $101 222 150 | – |
Dados: ComScore