21 Nov 2022 19:18
O filme "Alma Viva", da realizadora luso-francesa Cristèle Alves Meira, foi distinguido, no fim de semana, em festivais em Marrocos e em França, revelou hoje a produtora Midas Filmes.
No Festival de Cinema de Marraquexe, a primeira longa-metragem de Cristèle Alves Meira venceu o prémio do júri, presidido pelo realizador italiano Paolo Sorrentino.
No Festival de Cinema de Amiens, em França, "Alma Viva" recebeu uma menção especial.
Estes dois prémios juntam-se a cinco outras distinções, já anunciadas no fim de semana, no festival Caminhos do Cinema Português, em Coimbra.
Neste festival, venceu os prémios de melhor realização, argumento original, interpretação secundária para a atriz Ana Padrão, o prémio revelação para Lua Michel e o prémio da Federação Internacional de Cineclubes.
Atualmente em exibição nos cinemas portugueses, "Alma Viva" centra-se em Salomé, uma menina, filha de emigrantes portugueses em França, que passa o verão numa aldeia com a avó, com quem tem uma forte ligação afetiva e espiritual.
Salomé irá testemunhar a morte da avó e suspeita que esta foi envenenada por bruxaria por outra mulher da aldeia. Enquanto a família organiza o funeral, Salomé acredita que está acompanhada pelo espírito da avó e tenta vingar a sua morte.
O filme é também um retrato da emigração portuguesa, das famílias que se separam entre os que ficam e os que partem, e das complexas diferenças sociais e económicas que daí nascem.
A história do filme "foi completamente inspirada em histórias poderosas e misteriosas que ouvi ao pé da lareira. Essas histórias são quase como a memória arcaica de Portugal, a matriz da nossa cultura e eu queria voltar a essas tradições e contar essas histórias no cinema, para estar nessa transmissão de cultura", explicou Cristèle Alves Meira à agência Lusa, em maio passado, pouco antes da estreia em Cannes.
"Alma Viva", produzido pela Midas Filmes em coprodução com França e Bélgica, é o candidato de Portugal a uma nomeação para os Óscares 2023.