1 Set 2016 23:49
O mundo fica em suspenso quando 12 naves espaciais aterram em vários pontos do globo, sem nada anunciarem. Amy Adams interpreta uma professora universitária, especialista em línguas, chamada pelo exército americano para tentar comunicar com os aliens e obter resposta às questões mais urgentes: Porque vieram? E o que pretendem da Terra?
Jeremy Renner é o físico nuclear que garante o lado científico da abordagem à comunicação com os extraterrestres.
Apesar do título em português, "O Primeiro Encontro", o filme de Dennis Villeneuve não é a primeira tentativa de recriar no cinema o encontro entre humanos e extraterrestres. Em 1977, Steven Spielberg fez o primeiro ensaio com "Encontros Imediatos do Terceiro Grau", e anos mais tarde, voltou ao mesmo território para descobrir o E.T que marcou a infância de muitos.
Há vários outros filmes que têm explorado os receios humanos perante o desconhecido e alimentado o género da ficção cientifica, com maior ou menor ambição de receitas de bilheteira.
Dennis Villeneuve tenta fazer algo ligeiramente inovador, ao trazer para o primeiro plano a importância das emoções, na complexa experiência da comunicação. Por essa razão, o filme explora dois planos narrativos, um de carácter global, e outro íntimo e familiar.
Amy Adams reforça a ideia, ao defender que a única forma de comunicar verdadeiramente é desenvolver relações, mas é preciso tempo para isso acontecer. No filme, o tempo é sinónimo de pressão, desconfiança e nervosismo, perante os visitantes que não conseguimos compreender.
O actor Jeremy Renner acredita que há muitas coisas que podem dividir e unir os povos, mas apenas as emoções são um elemento comum a todos e nesse campo, o medo é a mais poderosa de todas as emoções.
Na conversa em Veneza os protagonistas do filme tentam evitar comparações políticas, entre a história do filme e o actual contexto, mas Jeremy Renner acaba por ir directo ao assunto, referindo que o medo dos alienígenas é o mesmo que o mundo demonstra perante os imigrantes ou refugiados, e que alimenta o discurso de Donald Trump.
O filme de Dennis Villeuve não traz nada de verdadeiramente novo, e a própria Amy Adams sublinha que as questões que nos preocupam desde o E.T não foram resolvidas, por isso podemos voltar aos mesmos assuntos.
A grande novidade proposta por Dennis Villeneuve, tem a ver com uma nova perspectiva sobre a possibilidade de comunicar, mas não é possível de ser contada em antecipação. No entanto, a ideia defendida pela especialista em línguas também pode ser aqui aplicada. Para saber o que se trata é preciso ver o filme e estabelecer uma relação emocional com a história.