5 Jan 2015 17:20
"Transformers: Era da Extinção", da Paramount Pictures, é o filme mais popular de 2014 em todo o mundo, com uma receita bruta total de 1.087 milhões de dólares.
Foi o único deste ano a passar os mil milhões de dólares e o primeiro da série "Transformers" a ser campeão de bilheteira a nível planetário. Sucede à animação "Frozen" que, em 2013, liderou o box office com 1,3 mil milhões de dólares.
Os restantes dois lugares do podium são ocupados por filmes da Disney, "Guardiões da Galáxia", com 773 milhões de dólares e "Maléfica", com 758 milhões.
Num ano em que a animação esteve menos forte do que é habitual, foram os filmes com super-heróis que dominaram. Nada menos que quatro entre os seis primeiros da tabela mundial de 2014. Além do já referido "Guardiões da Galáxia" estiveram também em destaque "X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido" (746 milhões); "Capitão América: O Soldado do Inverno (714 milhões); e "O Fantástico Homem-Aranha 2" (709 milhões).
Um pronúncio do que aí vem com quase três dezenas de títulos agendados para os próximos cinco anos a terem origem nos catálogos da Marvel e DC Comics.
América do Norte
O filme com maior receita no mercado norte-americano em 2014, foi "Guardiões da Galáxia", da Disney, com 333 milhões de dólares, seguido por "The Hunger Games: A Revolta – Parte 1", da Lionsgate, com 309 milhões e Capitão América: O Soldado do Inverno, também da Disney, com 260 milhões.
Aqui, o filme mais popular em todo o mundo, "Transformers: Era da Extinção", foi apenas #5, com 254 milhões e "O Filme Lego", 15º a nível mundial, subiu a 4º melhor do ano.
Os dados dizem-nos que o maior mercado mundial continua a perder importância nas contas totais da indústria cinematográfica. Apenas um dos vinte filmes com maior receita de bilheteira em 2014 (O Filme Lego) obteve a maior parte dos proveitos em território norte-americano, o oposto do que era comum há dezena e meia de anos e foi regra durante a maior parte da história do cinema. A exibição cinematográfica por aqueles lados não só não tem por onde crescer como sofre cada vez mais a concorrência de outras plataformas e formas de entrenimento.
As primeiras estimativas divulgadas dão conta do pior resultado em quase 20 anos para a exibição norte-americana. De 1 de janeiro a 31 de dezembro terão sido vendidos 1,26 mil milhões de bilhetes nas salas dos EUA e Canadá, o valor mais baixo desde os 1,21 mil milhões registados em 1995 e um decréscimo de 6% em relação a 2013.
A descida no número de espectadores tem sido compensada com o aumento no preço médio dos bilhetes ajudado pelos preços mais elevados nas sessões IMAX e em 3D. Mesmo assim a previsão aponta para que o total de box office de 2014 (soma das receitas brutas do ano) desça 5%, para 10,36 mil milhões de dólares, o valor mais baixo dos últimos nove anos.
A outra face da moeda são os países que atravessaram décadas de subdesenvolvimento, nesta e noutras áreas, como a China, a Rússia, ou o Brasil e crescem agora a grande velocidade para assumirem uma dimensão no mercado cinematográfico condizente com o respetivo potencial demográfico.
China
Após ter ultrapassado o Japão como segundo maior mercado mundial, a China consolida a sua posição com mais um salto. As receitas com as vendas de bilhetes de cinema cresceram 36% em 2014 e valem agora 4,82 mil milhões de dólares, ou 830 milhões de espectadores. Em 2013, tinham rendido um valor bruto de 3,57 mil milhões de dólares correspondente a 617 milhões de entradas.
No ano que terminou foram inauguradas mais 1.015 salas de cinema que
acrescentaram para cima de cinco mil novos ecrãs. O total de ecrãs no
mercado chinês subiu agora para 23.600.
As limitações na importação de filmes estrangeiros voltaram a garantir que o cinema chinês levasse a maior parte do bolo com 55% das receitas totais. E os gostos da audiência também mudaram com a mesma velocidade a que o mercado evolui.
Dos grandes épicos históricos, a preferência derivou para temas mais atuais com as comédias românticas “Breakup Buddies” e “The Breakup Guru,” o drama contemporâneo “The Continent”, ou o entretenimento familiar de “Where Are We Going, Dad?” a ocuparem quatro lugares no top 5 de um que acabou por ver a produção norte-americana "Transformers: A Era da Extinção" como o filme com maior receita.
Consulte o top 20 do box office mundial
Consulte o top 20 do box office nos EUA
Portugal
Mesmo sem os números oficiais de 2014, é quase certo que a audiência de cinema em Portugal voltou a descer em 2014, no que será o quarto ano consecutivo de quebra no número de espectadores. O CINEMAX estima que terão sido pouco mais de 12 milhões os bilhetes vendidos, uma descida menos pronunciada do que em 2013, mas que, mesmo assim, representa uma perda que poderá chegar aos 200 mil espectadores.
"The Hunger Games: A Revolta – Parte 1" foi o mais visto com 337 mil espectadores. Seguiram-se "Lucy" (309 mil), "Os Pinguins de Madagáscar" (271 mil), "Rio 2" (267 mil) e "Interstellar" (260 mil).
Quanto ao cinema português, terá terminado o ano acima do meio milhão de espectadores, melhor do que os 400 mil de 2013, mas abaixo dos 734 mil de 2012.
"Os Maias" de António Pedro Vasconcelos, foi a produção nacional mais vista em 2014, com 115 mil espectadores.