15 Dez 2022 10:39
Há 13 anos, "Avatar" chegava aos cinemas para se tornar o filme com maior receita de bilheteira de sempre (em termos absolutos, sem levar em conta a inflação). Em todo o mundo somou 2,9 mil milhões de dólares.
Mais do que os 2,8 mil milhões de "Vingadores: Endgame", do que os 2,2 mil milhões de "Titanic" e do que os 2 mil milhões de "O Despertar da Força" e "Vingadores: Guerra do Infinito", que constituem o restrito grupo de títulos acima desse valor.
Hoje, as projeções de box office para "Avatar: o Caminho da Água", a aguardada sequela, são compreensivelmente conservadoras.
O interesse pelo 3D que maravilhou as audiências em 2009 esmoreceu ao ponto de a presença do "cinema com relevo" ser apenas residual. A aposta no streaming, um sorvedouro de recursos, financeiros e criativos, alinhado em estratégias erráticas que servem conteúdos em doses generosas, mas de qualidade inferior, contribuiu para a fragmentação de públicos. Por fim, a recuperação ainda incompleta do setor após dois anos de pandemia impede que se atinjam os números a que estávamos habituados até 2019.
Contando com tudo isto, o que pode valer o novo "Avatar"?
As previsões mais otimistas, vindas dos Estados Unidos, falam de 600 milhões de dólares a nível mundial no primeiro fim de semana. Ou seja, algo ao nível do que "Homem-Aranha: Sem Volta a Casa" conseguiu no natal de 2021. Longe, no entanto do recorde de "Vingadores: Endgame" que garantiu 1,2 mil milhões nos primeiros quatro dias.
O box office norte-americano poderá valer algo acima dos 200 milhões. A China, que voltou a limitar as estreias de filme americanos e está a sair da desastrada política de COVID zero, vai ter o filme de James Cameron nas salas. De que forma reagirá o público, numa altura em que a doença se está a espalhar pela população pouco imunizada? A projeção é de 100 milhões de dólares, mas não há certezas.
Um bom resultado no fim da carreira comercial poderá colocar "O Caminho da Água" a rondar os 2 mil milhões de dólares. Para isso, terá de aguentar várias semanas no topo das tabelas. O calendário de estreias ajuda. Não há concorrência de monta até meados de fevereiro.