Adèle Haenel em

14 Mai 2019 1:07

Seja qual for o palmarés do júri presidido por Alejandro González Iñárritu, o novo filme do americano Quentin Tarantino, "Era uma Vez em Hollywood", parece partir com uma vantagem simbólica para a 72ª edição do Festival de Cannes (de hoje até 25 de Maio). Para além de ele ser um habitué do certame da Côte d’Azur, todos se recordaram do facto de terem passado exactamente 25 anos sobre a revelação do seu "Pulp Fiction" em Cannes — com Palma de Ouro no final!

Em qualquer caso, não há dúvida que a organização se empenhou em consolidar um parâmetro há muito assumido como fundamental: a paridade entre géneros. Na véspera do arranque oficial, o site do festival publicou mesmo um balanço estatístico [‘O 72º Festival de Cannes em números’] em que se refere que, desta vez, há 20 mulheres na selecção oficial (competição + Un Certain Regard + sessões especiais + curtas).
Na competição para a Palma de Ouro encontramos, assim, quatro cineastas: uma austríaca, Jessica Hausner ("Little Joe"), e três francesas, Mati Diop ("Atlantics"), Céline Sciamma ("Portrait de la Jeune Fille en Feu") e Justine Triet ("Sibyl") — eis o trailer deste último título.


O comunicado do festival sublinha mesmo que o procurado sentido de paridade se exprime também nas presidências dos quatro júris. Dois homens presidem na competição e na Câmara de Ouro (primeiras obras): o mexicano Iñárritu e o cambodjano Rithy Panh; duas mulheres lideram os jurados nas secções Un Certain Regard e curtas: a libanesa Nadine Labaki e a francesa Claire Denis, respectivamente.
Aliás, o certame divulga mesmo a distribuição de lugares na sua estrutura de trabalho. Assim, a equipa parisiense do festival, a funcionar no seu pleno desde o mês de Janeiro, é composta por 109 pessoas, das quais 66 são mulheres (61%). Em Cannes, a equipa cresce para um total de 974 pessoas, 506 homens e 468 mulheres (48%).
Enfim, esta é também uma edição em que pode haver repetentes da Palma de Ouro. Isto porque entre os 21 títulos da selecção oficial há cinco com assinatura de autores que já arrebataram o prémio máximo: são eles os belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne ("Young Ahmed"), o tunisino Abdellatif Kechiche ("Mektoub, My Love: Intermezzo"), o inglês Ken Loach ("Sorry We Missed You"), o americano Terrence Malick ("A Hidden Life") e, last but not least, Quentin Tarantino.
  • cinemaxeditor
  • 14 Mai 2019 1:07

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