23 Mai 2022 11:01
Uma imensa faixa com nomes de vítimas de feminicídio em França foi desfraldada domingo na passadeira vermelha de Cannes por elementos do colectivo feminista, "Les colleuses", em honra de um documentário apresentado durante a tarde no festival.
Angélique, Evelyne, Sofya, Nadia, uma mulher. Os nomes ou identidades de 129 vítimas de feminicídio em França "desde o último Festival de Cannes", em julho de 2021, foram exibidos nas escadas do Festival. Vestidas de preto, as activistas posaram então, punhos levantados, antes de usarem bombas de fumo que saturaram saturaram a passadeira vermelha com fumo preto.
A cena foi imortalizada pelo fotógrafo Raymond Depardon, cujo filho Simon fez o documentário "Riposte féministe" com Marie Perennès, e que segue as ativistas que colam mensagens nas paredes da cidade, frequentemente à noite, para denunciar a violência sexista, o assédio nas ruas e para levar mensagens de apoio às vítimas de agressão sexual.
Antes da exibição do filme, apresentado numa sessão especial, as ativistas levantaram mais uma vez os punhos quando o realizador gritou os seus nomes.
Outra proeza feminista já marcara o 75º Festival de Cannes na sexta-feira, quando uma mulher lembrou as violações cometidas por russos na Ucrânia seminua, com o azul e amarelo pintado na pele e manchas vermelhas como sangue nas nádegas, invadiu o espaço reservado às celebridades para acabar detida pelos serviços de segurança. A acção foi mais tarde reivindicada no Twitter pelo movimento "Scum", que se define como "feminista radical".