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Cannes: o festival e as suas estrelas

Nem só de estrelas vive um festival de cinema... Mas é bem verdade que, este ano, Cannes volta a ser uma parada de nomes sonantes, incluindo veteranos como Dustin Hoffman ou Jacqueline Bisset.

14 Mai 2017 15:31

É bem verdade que, com frequência, os meios de comunicação (sobretudo o espaço televisivo) tendem a reduzir o Festival de Cannes aos instantes efémeros em que as vedetas se apresentam na passadeira vermelha, posando para muitas dezenas de fotógrafos e correspondendo aos gritos da multidão que envolve o Palácio. Há mais mundos… sobretudo num certame que, em todas as secções (incluindo o Mercado), oferece várias centenas de projecções por dia.

Seja como for, importa não ignorar a dimensão mitológica de um acontecimento deste género. Ou seja: é bem verdade que Cannes é também uma enorme parada de estrelas.

Vale a pena, por isso, destacar, desde já, alguns dos nomes mais sonantes que vão surgir nos filmes que competem para a Palma de Ouro — entre eles poderão estar os vencedores dos prémios de interpretação:

* DUSTIN HOFFMAN — À beira de completar 80 anos (a 8 de Agosto), o veterano actor de Hollywood surge num dos filmes da Netflix, "The Meyerowitz Stories", de Noah Baumbach; e tem companhia ilustre: Adam Sandler, Ben Stiller e Emma Thompson.

* TILDA SWINTON — A inglesa de todas as transfigurações está na outra produção Netflix, "Okja", do sul-coreano Boonh Joon-Ho, contracenando com Seo-hyun Ahn e Jake Gyllenhaal [trailer].

* NICOLE KIDMAN — Dupla presença na competição: em "The Beguiled", o western revivalista de Sofia Coppola, e "The Killing of a Scared Deer", novo drama de Yorgos Lanthimos; curiosamente, Colin Farrell está também em ambos os filmes.

* VINCENT LINDON — Vencedor do prémio de interpretação masculina em 2015 (com "A Lei do Mercado", de Stéphane Brizé), o actor francês regressa interpretando a figura do escultor Auguste Rodin: "Rodin" tem realização de Jacques Doillon [trailer].

* ISABELLE HUPPERT — Símbolo universal do cinema francês, a actriz está de novo num filme realizado por Michael Haneke, "Happy End"; já ganhou duas vezes o prémio de interpretação feminina do festival: com "Violette Nozière" (1978), de Claude Chabrol, e "A Pianista" (2001), também sob a direcção de Haneke.

* JULIANNE MOORE — Actriz também admirável pelas suas muitas transfigurações, surge em "Wonderstruck", pela terceira vez sob a direcção de Todd Haynes (depois de "Seguro" e "Longe do Paraíso", respectivamente em 1995 e 2002).

* JACQUELINE BISSET — Actriz emblemática de títulos como "Bullit" (Peter Yates, 1968) ou "A Noite Americana" (François Truffaut, 1973), regressa sob a direcção de François Ozon, em "L’Amant Double" — Marine Vacth e Jérémie Renier são os outros protagonistas [trailer].