Em casa
CARPENTER, John
O novo "Halloween", de David Gordon Green, faz-nos regressar às origens. Que é como quem diz: a John Carpenter, aos seus filmes de assombramento e ironia, e também às músicas que tem composto ao longo da sua multifacetada carreira.
31 Out 2018 22:02
Foi em 1978 que John Carpenter realizou “Halloween”, história assombrada de Michael Myers, o jovem que regressava numa noite de Halloween depois de ter morto, quinze anos antes, a própria irmã. Quarenta anos depois, temos um novo “Halloween”, dirigido por David Gordon Green, reinventando a herança de Carpenter, nomeadamente na banda sonora — acontece que Carpenter é também, sempre foi, um criador musical. Escutemos um esclarecedor exemplo.
São sons de 1976 — a banda sonora de “Assalto à 13ª Esquadra” tornou-se um emblema lendário do próprio filme. Mais do que isso: corresponde a um período de grande invenção no espaço da música electrónica. Para Carpenter, foi a consagração como talentoso autor de “série B”, embora capaz de trabalhar com orçamentos muito mais ambiciosos — assim aconteceu no arranque da década de 80 com “O Nevoeiro”, “Nova Iorque 1997” e, sobretudo, o fabuloso “The Thing”, entre nós chamado “Veio do Outro Mundo”.
Estas músicas de “Veio do Outro Mundo” já não são de Carpenter, têm assinatura daquele que é também, para todos os efeitos, um dos seus mestres: o italiano Ennio Morricone. Logo a seguir, em 1983, Carpenter assinou um dos seus títulos mais célebres, “Christine, o Carro Assassino”, adaptação de um romance de Stephen King — o filme, atravessado por uma inquietação plena de elegância, deu nova vida a uma canção de George Thorogood & The Destroyers, lançada um ano antes, “Bad to the Bone”.
Com cerca de duas dezenas de longas-metragens (a última das quais, “O Hospício”, surgiu em 2010), John Carpenter é, afinal, mais do que um mestre das convenções do terror — ele distingue-se como retratista dos fenómenos mais insólitos, porventura mais indecifráveis, da imaginação humana. Até mesmo no regresso a um típico produto de “série B” como “A Bíblia de Satanás”, lançado em 1994 — era um conto dantesco, pleno de ironia, a ponto de surgir pontuado por “We’ve Only Just Begun”, um clássico dos irmãos Karen e Richard Carpenter, aliás, The Carpenters.
+ conteúdos
-
Cinema
Morreu Émilie Dequenne a atriz de “Rosetta”
AFP
17 Mar 2025
-
Cinema
SIGA A BANDA! – unidos pela música
Margarida Vaz
13 Mar 2025
-
Curtas
COMEZAINAS e PT.ES apresentam a Ronca
CINEMAX - RTP
12 Mar 2025
-
Cinema
Cannes 2025: os prováveis seleccionados
CINEMAX - RTP
11 Mar 2025
-
Cinema
BRINCAR COM O FOGO: os laços frágeis
Margarida Vaz
07 Mar 2025
-
Asiático
MICKEY 17: a resistência dos mais fracos
AFP
06 Mar 2025
-
Cinema
“O Romance de Jim”: os irmãos Larrieu e uma história de paternidade
Margarida Vaz
06 Mar 2025
-
Curtas
KIESA e FIEL, de Manuel Pureza
CINEMAX - RTP
05 Mar 2025
-
Cinema
“Anora” triunfa nos Óscares
CINEMAX - RTP c/ agências
03 Mar 2025