"Doce Lar", escrito e realizado por Nuno Baltazar, é uma curta-metragem portuguesa que acontece num complexo prisional abandonado onde vive um homem solitário interpretado por Adriano Carvalho.
Sem qualquer tipo de condições mínimas de habitabilidade, ele sobrevive como um animal selvagem recorrendo à protecção daquelas paredes para se manter afastado do frio e da chuva.
Nuno Baltazar filma este espaço rude como local de acolhimento de um indivíduo socialmente excluído, que subsiste de forma primária. A prisão, espaço de reclusão onde ninguém quer estar, surge assim como local de segurança e liberdade.
O filme conta com uma intensa interpretação de Adriano Carvalho – premiado como melhor ator na competição do festival Figueira Art 2015 -, um trabalho de caraterização distinto de Rute Alves, e uma direcção artística de Rui Pina que acentua o aspeto sombrio da prisão.
Nuno Baltazar é um realizador de publicidade que desenvolve aqui a sua primeira curta-metragem de ficção. "Doce Lar" foi premiado na Figueira da Foz e exibido em nove festivais de cinema
Na mesma sessão iremos estrear na televisão portuguesa outro filme que também aborda o problema da liberdade. Trata-se de "Os Prisioneiros", uma curta-metragem de Margarida Madeira, adaptada do livro "As Prisioneiras – Mães Atrás das Grades", escrito pela jornalista Isabel Nery.
O livro/reportagem aborda a experiência da maternidade dentro dos muros das prisões portuguesas. Durante meses a jornalista frequentou as prisões de Tires e de Santa Cruz do Bispo, conversou com as reclusas, observou e ouviu os seus filhos.
Margarida Madeira realizou o filme "Os Prisioneiros" abordando a relação problemática das crianças com as mães reclusas.
Ivo vive agora do lado de fora, mas gostava de estar do lado de dentro, com a mãe e o irmão mais novo. Sérgio viveu do lado de dentro, mas tinha a irmã do lado de fora.
O filme questiona de que lado está a liberdade e onde fica a casa: do lado de dentro, ou do lado de fora?
A curta-metragem de Margarida Madeira (realizadora, argumentista, produtora) foi exibida em trinta festivais de cinema, tendo recebido os prémios dos Direitos Humanos no FENACO, Peru, de melhor filme de ficção no Vistacurta, Viseu, e uma menção honrosa no Monstra – festival de cinema animado de Lisboa 2015. "Os Prisioneiros" é exibido no âmbito de uma parceria com o 39º Cinanima – festival de cinema animado de Espinho.
A sessão fica completa com a exibição do filme "Drop", uma curta metragem mobile que está a concurso na 2ª edição do festival Super 9. Trata-se de um pequeno filme realizado com iPhone 6, que aborda o problema da escassez da água, realizado por David Murad, realizador publicitário de origem brasileira.