A mais recente curta-metragem de André Santos e Marco Leão foi o primeiro filme totalmente português a integrar a seleção oficial do Festival de Sundance, em 2017. Em Portugal, "Pedro" estreou no festival Curtas Vila do Conde e integrou a competição portuguesa do Queer Lisboa.
Os dois realizadores abordam a intimidade das relações familiares, neste caso entre mãe e filho. Pedro (Filipe Abreu) regressa a casa já de madrugada. Em casa, prepara-se para dormir quando a sua mãe (Rita Durão) insiste que quer ir para a praia.
"Pedro" é um drama familiar, rodado nos subúrbios de Lisboa, centrado num adolescente que descobre a sua sexualidade e na sua mãe, uma mulher solitária de meia-idade. É uma relação onde se sente que mãe e filho têm expectativas diferentes apesar de partilharem o mesmo espaço e do afeto mútuo que sentem. E desta forma é afronfundada a ambiguidade, a zona cinzenta dos relacionamentos humanos.
Há uma dimensão pessoal na história que é contada na curta-metragem que foi rodada nos arredores de Lisboa e na Praia Dezanove, uma zona de engate, na Costa de Caparica, que surge como um espaço de liberdade que oferce diversas possibilidades emcocionais e narrativas.
"Pedro" é a sexta curta-metragem de uma dupla que está a celebrar uma década de trabalho. Segue-se a "Aula de condução" (filme de 2015 já exibido no Cinemax Curtas), "Má Raça" (2013), "Infinito" (2011), "Cavalos selvagens" (2010) e "A Nossa Necessidade de Consolo" (2008).
André Santos e Marco Leão já rodaram mais curta-metragem, "Self Destructive Boys", que estreia em 2018, preparam a primeira longa-metragem e um documentário experimental filmado no Japão, em Aokigahara, a floresta dos suicídios.