André Marques regressa para apresentar a sua penúltima curta-metragem no Cinemax Curtas onde já foram exibidos "Luminita", prémio Sophia para melhor curta-metragem ficção, e o documentário "Brother".
Em "Yulya", a atriz Joana de Verona interpreta uma mulher que é transportada para um lugar perdido no interior de Portugal. Percebemos que ela foi raptada por três homens que mantém outras mulheres em cativeiro.
Nada sabemos sobre esta mulher e ela permanence uma anónima para o espectador durante toda a curta-metragem – não há diálogos, o que acetua a ideia de estranheza da situação, a comunicação é desenvolvida através de olhares e expressões.
O filme é um fuga, onde a câmara segue colada a Yulia enquanto ela procura chegar a um local seguro. Esse drama pessoal que é contado permite abordar a realidade das redes que traficam mão de obra e exploram sexualmente as mulheres na Europa e, concretamente, em Portugal.
André Marques escreveu o argumento, rodou em paisagens de Álcacer do Sal e produziu o filme sem qualquer finciamento. "Yulya" é o exemplo do melhor cinema independente nacional, e uma das dez curtas metragens (ficção, experimantal, documental) mais sólidas do realizador. É um filme de uma personagem com um dos desempenhos mais interessantes da atriz Joana de Verona em cinema.
Na mesma sessão é exibido "Swallows" de Sofia Bost (ver artigo recomendado).
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