12 Dez 2020 11:30
O mercado quer mais do mesmo, é a principal ideia que se pode tirar da subida do preço das ações da Disney para valores recorde após a apresentação do dia do investidor levada a cabo pelo estúdio na última madrugada.
Quanto à questão que tem sido debatida nos últimos dias após a decisão da Warner Bros. de lançar todo o alinhamento de filmes em simultâneo nos cinemas e na sua plataforma de streaming, a Disney foi mais equilibrada e apresentou uma estratégia mais flexível. Continuará a alimentar o streaming com filmes, mas mantém o compromisso de estrear parte do alinhamento de longas-metragens em exclusivo nas salas de cinema.
Em termos práticos, o modelo varia conforme os casos e dependerá muito da reabertura das salas de cinema pós-pandemia. Por agora, "Raya and the Last Dragon" segue o modelo aplicado pela Warner a "Mulher Maravilha 1984", lançamento, ao mesmo tempo, nas salas e no streaming. Já "Pinóquio", de Robert Zemeckis, com Tom Hanks no papel de Gepeto, e "Peter Pan e Wendy" terão lançamento apenas na Disney+. "Cruella", o spinoff de "101 Dálmatas" terá um lançamento tradicional, em cinema.
Entretanto, a Disney prepara-se para colmatar um dos pontos fracos da sua oferta fora da América do Norte – os conteúdos para públicos mais adultos. Ao invés de apostar no Hulu, serviço que desempenha a mesma função nos EUA, a Disney prefere apostar numa marca existente no mercado indiano e médio oriente, a Star. Será esta a subplataforma que permitirá a colocação de séries e filmes da ABC, FX, Freeform, Searchlight e 20th Century Studios no universo Disney+.
Chapek defendeu o argumento – pouco convincente – de que o Hulu não tem reconhecimento internacional. Na verdade, a opção pode estar ligada ao facto de o Hulu só passar a 100% para o controlo da Disney em 2024. Até lá, a Comcast, dona da NBCUniversal mantém privilégios de colocação de programas o que dificulta acordos internacionais.