Elenco de “A Flor do Buriti” premiado em Cannes
O filme da realizadora brasileira Renée Nader Messora e do cineasta português João Salaviza foi distinguido na secção Un Certain Regard.
João Salaviza salientou esse lado quase familiar e íntimo da rodagem ao explicar ao CINEMAX o que representa esta distinção: “Tem um significado enorme e recebemos um prémio que nos deixou a todos muito felizes porque o prémio ‘ensemble’ identifica e premeia um trabalho coletivo. Como se viu, nós subimos todos ao palco, é uma equipa muito pequena e basicamente constituída por um grupo de amigos indígenas e não indígenas.”
Um desses momentos ocorreu em pleno festival quando a equipa e o elenco do filme aproveitou a passagem pela passadeira vermelha para mostrar a oposição à tese jurídica do Marco Temporal, sobre a demarcação de terras indígenas, defendida pela direita brasileira e em discussão no Supremo Tribunal Federal daquele país.
Apoiada pelos grandes fazendeiros e líderes do agronegócio, a proposta quer que o direito à terra dos povos nativos seja limitado às áreas sob o seu controlo em 5 de outubro de 1988, quando a atual Constituição brasileira foi promulgada, o que segundo os Krahô “legaliza e legitima a violência a que os povos foram submetidos”.
Em Cannes, a equipa de “A Flor do Buruti” ergueu os punhos e desfraldou uma faixa onde se lia “O futuro das terras indígenas está ameaçado. Não ao Marco Temporal!”.
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