2 Ago 2015 23:57
Passaram-se 31 anos desde o primeiro "Terminator", entre nós "O Exterminador Implacável" — e com o novo "Exterminador: Genisys" já lá vão cinco filmes. O primeiro, datado de 1984, foi o cartão de visita de um realizador que viria a tornar-se um dos homens mais poderosos de Hollywood. O seu nome: James Cameron. E foi também o símbolo mais forte de um actor de muitos músculos e poucas falas — Arnold Schwarzenegger.
“I’ll be back”, dizia ele — e, em boa verdade, nunca deixou de voltar, numa das sequelas, a quarta, apenas em versão digital. De qualquer modo, "O Exterminador Implacável 2: O Dia do Julgamento", ainda dirigido por James Cameron, ficou como o melhor da série — nele assistimos a um confronto entre seres humanos e robots que, afinal, desenha uma fronteira instável. Num certo sentido, sentimos que, realmente ou simbolicamente, o poder das máquinas se tornou irreversível.
Os episódios 3 e 4 chamam-se, respectivamente, "Ascenção das Máquinas" (2003) e "A Salvação" (2009) — são mais ou menos irrelevantes face à sofisticação dos dois títulos dirigidos por Cameron. Em todo o caso, deixam uma lição desconcertante — este já não é apenas um cinema sobre máquinas, parece ser mesmo um cinema que, por assim dizer, se passou para o lado das máquinas — no limite, os seres humanos são um acidente narrativo.
É curioso lembrar que, antes do "Exterminador", Arnold Schwarzenegger se tinha imposto como protagonista do épico "Conan e os Bárbaros" (1982) — dir-se-ia que ele é um elo de ligação entre os heróis primitivos e os novos protagonistas dos efeitos especiais. Os filmes nem sempre ajudaram, mas é um facto que isso faz de Schwarzenegger um símbolo do cinema como algo maior que a vida e, por assim dizer, um espectáculo que está para além do próprio conceito de natureza.