11 de Abril de 1983 — com os dois Oscars (melhor filme e melhor realização) de

25 Ago 2014 0:20

Provavelmente, para muitos espectadores das gerações mais recentes, Sir Richard Attenborough foi, sobretudo, a personagem de John Hammond, o cientista que começa por acreditar na possibilidade de fazer reviver os dinossauros na Terra, em "Parque Jurássico" (1993), de Steven Spielberg. O certo é que a sua carreira, iniciada na década de 40, possui uma impressionante diversidade, conferindo-lhe a dimensão de uma figura nobre da história do cinema inglês — há cerca de seis anos limitado por crescentes problemas cardíacos, Attenborough faleceu no dia 24 de Agosto, cinco dias antes de completar 91 anos.


A sua consagração internacional deu-se através de “Gandhi” (1982), sobre o líder indiano que, através da filosofia da não violência, fez frente ao domínio do Império Britânico. O filme arrebataria oito Oscars, dois dos quais para Attenborough: melhor filme (porque ele era produtor) e melhor realizador — ganhou, aliás, os BAFTA das mesmas categorias.
Seja como for, a sua carreira tinha começado muito antes, pertencendo à geração de actores revelados ao longo dos anos 40, em particular nas produções que abordaram a Segunda Guerra Mundial. Estreou-se, aliás, num pequeno papel numa das mais lendárias dessas produções, “In Which We Serve/Sangue, Suor e Lágrimas” (1942), com realização de Noel Coward e David Lean.
A sua imagem de marca foi-se construindo sobretudo através de dramas psicológicos ou aventuras de guerra, participando, por exemplo, em "Brighton Rock" (1947), de John Boulting, “Trágico Amanhecer” (1950), de Roy Ward Baker, “Deserto em Chamas” (1958), de Guy Green, ou “Perigo em cada Segundo” (1959), de Cy Endfield. O seu primeiro grande sucesso internacional aconteceu com “A Grande Evasão” (1963), de John Sturges, sobre uma fuga de prisioneiros de um campo alemão, integrando um elenco que incluía, entre outros, Steve McQueen, James Garner e Charles Bronson.

Estreou-se na realização em 1969, com “Oh! What a Lovely War/Viva a Guerra!”, comédia musical sobre a Primeira Guerra Mundial baseada no musical com o mesmo título. Pouco mais tarde, em 1971, compôs a personagem que é, provavelmente, a mais conhecida de toda a sua carreira: John Christie, um serial killer na Londres de finais dos anos 40, retratado no thriller “Violador de Rillington”, dirigido por Richard Fleischer.

Passou a dedicar-se mais à realização, tendo dirigido, por exemplo, uma evocação da juventude de Winston Churchill, “O Jovem Leão” (1972), um filme de guerra, “Uma Ponte Longe Demais” (1977), uma outra adaptação musical, “A Chorus Line” (1985), e mais duas biografias: “Grita Liberdade” (1987), sobre o activista negro Steve Biko, e “Chaplin” (1992), sobre Charles Chaplin — este último foi decisivo na evolução da carreira do intérprete principal, Robert Downey Jr., graças a uma composição que lhe valeu uma nomeação para o Oscar de melhor actor.
  
Quando Spielberg o convidou para participar em “Parque Jurássico”, de facto Attenborough não trabalhava como actor há mais de dez anos, desde “O Factor Humano” (1979), de Otto Preminger. Vimo-lo depois em títulos como “Hamlet” (1996), de Kenneth Branagh, “O Mundo Perdido” (1997), a continuação de “Parque Jurássico”, de novo sob a direcção de Spielberg, ou “Elizabeth” (1998), de Shekhar Kapur.
Irmão mais velho de David Attenborough (o observador da natureza celebrizado pelos seus programas na BBC), Richard Attenborough tem também a sua vida ligada a várias instituições do cinema, televisão e teatro britânicos. Assim, era presidente, desde 1977, da National Film and Television School e, desde 2003, da Royal Academy of Dramatic Art; dirigiu a companhia teatral de The Young Vic, no período 1974-84, e integrou o corpo directivo do British Film Institute, de 1981 a 1992.
  • cinemaxeditor
  • 25 Ago 2014 0:20

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