Ann Hui e Tilda Swinton vão ser homenageadas com o Leão de Ouro

20 Jul 2020 17:18

A Biennale de Veneza atribuiu um Leão de Ouro honorário pelas carreiras da realizadora Ann Hui e da atriz Tilda Swinton, no âmbito do 77º Festival de Cinema de Veneza, previsto para 2 a 12 de setembro.

A decisão surgiu após recomendação do diretor do festival, Alberto Barbera.

Ann Hui reagiu dizendo: "Estou muito feliz por receber esta notícia e sinto-me muito honrada pelo prémio! Tão feliz que sinto que não consigo encontrar as palavras. Só espero que o mundo melhore depressa e que todos possam sentir-se tão felizes quanto eu neste momento."

Ao aceitar a distinção, Tilda Swinton declarou: "Este grande festival é-me querido há três décadas: ser honrada por ele desta forma é extremamente importante. Ir a Veneza, neste ano de todos os anos, para celebrar o cinema imortal e sua sobrevivência desafiadora diante de todos os desafios que a evolução possa lançar será uma sincera alegria."

Alberto Barbera descreve Ann Hui como uma das realizadoras asiáticas mais respeitadas, prolíficas e versáteis do nosso tempo, com uma carreira que se estende por quatro décadas e abrange todos os géneros.

Reconhecida como uma das figuras centrais da chamada Nova Onda de Hong Kong – o movimento cinematográfico que revolucionou os filmes de Hong Kong durante as décadas de 1970 e 1980 – Hui realizou melodramas, histórias de fantasmas, filmes semi-autobiográficos e adaptações de grandes obras literárias, sem deixar de lado dramas familiares, filmes de artes marciais e thrillers.

Barbera chama ainda a atenção para o facto de ter sido ela uma das primeiras realizadoras de Hong Kong a incluir material documental em filmes de ficção. Nos seus filmes – destaca Barbera – "ela sempre demonstrou particular interesse nas vicissitudes sociais e compassivas, contando histórias de indivíduos entrelaçadas com importantes temas sociais como os refugiados, marginalizados e idosos".

De Tilda Swinton, o diretor do festival de Veneza destaca o facto de ser reconhecida como uma das artistas mais originais e poderosas a surgir no final do século passado. Chama atenção para a sua "singularidade que reside numa personalidade imponente e incomparável, versatilidade incomum e uma capacidade de passar do cinema mais radical e artístico para as grandes produções de Hollywood".

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  • 20 Jul 2020 17:18

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