2 Jan 2023 20:02
A academia francesa de cinema, que entrega anualmente os prémios César, decidiu colocar fora da sua próxima cerimónia os acusados de "actos de violência", após o caso de Sofiane Bennacer, o jovem actor revelado em "Les Amandiers", acusado de violação.
Numa declaração esta segunda-feira, a Academia afirma: "Por respeito às vítimas (mesmo nos casos ainda pendentes de decisão judicial), foi decidido não permitir a presença [na gala de entrega dos prémios] de pessoas acusadas em tribunal por actos violentos.
Em termos concretos, qualquer pessoa acusada ou condenada por violência – sobretudo se for de cariz sexual ou sexista – não será convidada para a cerimónia de 25 de fevereiro, nem para os eventos a ela associados, mesmo que faça parte da lista de nomeações.
"Esta decisão também exclui qualquer intervenção em nome desta pessoa nestes mesmos eventos – incluindo se lhe for atribuído um César ", acrescenta a academia francesa.
A tomada de posição para a cerimónia de 2023 aparece na sequência da acusação a Sofiane Bennacer em final de novembro por violação e violência contra antigas parceiras.
O actor, que teve o primeiro grande papel no ecrã com "Les Amandiers", realizado pela sua atual namorada, Valeria Bruni-Tedeschi, fez parte da lista de cerca de trinta "revelações" dos Prémios César, antes de ser removido logo após terem sido divulgados os procedimentos legais contra ele .
Para os profissionais da indústria cinematográfica, as acusações contra Sofiane Bennacer foram uma recordação do caso Polanski, regularmente mencionado em antigos casos de abuso sexual, e das acusações contra actores como Gérard Depardieu e Ary Abittan, por violação, que eles contestam.