GLADIADOR (2000)

Ridley Scott possui as qualidades de um velho artesão da indústria cinematográfica. Ou seja: move-se com à vontade entre os mais variados temas e géneros. Lembremos os seus dois títulos estreados em 2021: "O Último Duelo" e "Casa Gucci". Se este último relança, de forma perversa, a tradição do drama familiar, o primeiro reflecte um gosto especial pelas narrativas épicas que, obviamente, já se manifestara em "Gladiador" (2000).

Com Russell Crowe e Joaquin Phoenix, "Gladiador" evoca o Império Romano no ano 180 d.C., afinal evocando também um certo modelo de espectáculo que teve a sua expressão máxima nos anos 60, com as chamadas superproduções — "A Queda do Império Romano" (1964), com realização de Anthony Mann, pode servir de memória exemplar do gosto épico desse cinema que Ridley Scott relançou.

A saga de Maximus Decimus Meridius, a personagem de Russell Crowe, envolve um caminho atribulado entre o poder e a escravatura, entre o ser guerreiro de Roma ou ser um gladiador para morrer na arena. Para lá da sofisticação da produção de "Gladiador", em particular da cenografia, a música desempenha um papel fundamental em todas as suas ambiências — quem a assina é um especialista deste tipo de espectáculo, o alemão Hans Zimmer.

Hans Zimmer estava nomeado pela sua música mas, desta vez, não recebeu um Oscar — tinha ganho, em 1996, com "O Rei Leão". Em qualquer caso, "Gladiador" foi o grande vencedor da cerimónia da Academia de Hollywood referente ao ano 2000, tendo arrebatado cinco estatuetas douradas, incluindo melhor actor, para Russell Crowe, e melhor filme. Seja como for, um dos temas cantados do filme, composto por Hans Zimmer e Lisa Gerrard, foi na altura um caso sério de popularidade — chama-se "Now We Are Free".

• cinemaxeditor

• 31 Dez 2021 18:48