13 Abr 2019 1:19
A Federação Internacional dos Arquivos de Filmes [FIAF] distinguiu Jean-Luc Godard numa cerimónia que teve lugar em Lausanne, no dia 11 de Abril, nas instalações da Cinemateca Suíça. O Prémio FIAF 2019 foi entregue no âmbito do 75º Congresso Anual da FIAF, realizado, precisamente, naquelas instalações.
Nascido em Paris em 1930, nome emblemático da Nova Vaga francesa e um dos grandes experimentadores de toda a história do cinema, Godard tem dupla nacionalidade (francesa e suíça), habitando próximo de Lausanne. Dedicou o prémio à memória de Iris Barry (1895-1969), primeira curadora do arquivo fílmico do MoMA de Nova Iorque e uma das fundadoras da FIAF, em 1938 (a Cinemateca Portuguesa integra a FIAF desde 1956).
Na cerimónia, Frédéric Maire, actual presidente da FIAF e director da Cinemateca Suíça, lembrou: "A criatividade de Jean-Luc Godard está profundamente enraizada no seu vasto conhecimento da história do cinema e nos seus anos como crítico de cinema dos ‘Cahiers du Cinéma’. Ele é um filho espiritual da Cinemateca Francesa e de Henri Langlois, que constantemente apoiou nos tempos difíceis que se seguiram a Maio de 68."
O prémio anual da FIAF foi atribuído pela primeira vez no ano de 2001, tendo então consagrado Martin Scorsese, em especial pelo seu trabalho na defesa do património cinematográfico. Entre os já distinguidos incluem-se Ingmar Bergman (2003), Agnès Varda (2013) e Christopher Nolan (2017).
A história do cinema, enquanto labor da memória e defesa de um sistema específico de linguagens, é um tema transversal do universo godardiano, com especial destaque para essa obra monumental que é "História(s) do Cinema" (1989-1999). O seu filme mais recente, "O Livro de Imagem" (2018) valeu-lhe uma Palma de Ouro Especial, em Cannes.