1 Mar 2022 11:57
A Disney foi o primeiro estúdio norte-americano a reagir à agressão russa na Ucrânia. Num comunicado distribuído segunda-feira à noite, um porta-voz diz: "Dada a invasão não provocada da Ucrânia e a trágica crise humanitária, decidimos interromper o lançamento de filmes nos cinemas da Rússia, incluindo o próximo ‘Turning Red’, da Pixar. Tomaremos decisões comerciais futuras com base na evolução da situação. Entretanto, dada a dimensão da crise dos refugiados, estamos a trabalhar com as ONG nossas parceiras para fornecer ajuda urgente e outra assistência humanitária."
"Turning Red" tinha estreia prevista na Rússia a 10 de março. Outros filmes da Disney com lançamento agendado para os próximos meses incluem "Doctor Strange no Multiverso da Loucura", a 5 de maio, e "Buzz Lightyear", a 16 de junho.
Na sequência destas declarações, a Warner Bros., que ontem afirmara ser demasiado tarde para suspender a estreia de "The Batman", corrigiu a posição inicial e cancelou o lançamento marcado para esta semana nos cinemas russos.
Com o regime de Putin sancionado ao nível económico e político, e os laços comerciais cortados, seria impossível transferir dinheiro dos parceiros de distribuição russos para os estúdios, ou fazer publicidade, maioritariamente comprada a meios pertencentes ao estado, ou aos oligarcas que apoiam o regime.
Também a Motion Picture Association, que representa os interesses conjuntos dos estúdios norte-americanos, quebrou o silêncio sobre a invasão: "A MPA está com a comunidade internacional na defesa do Estado de direito e na condenação da invasão russa da Ucrânia. Em nome dos nossos associados, que lideram a indústria cinematográfica, televisiva e de streaming, expressamos o nosso mais forte apoio à vibrante comunidade criativa da Ucrânia que, como todas as pessoas, merece viver e trabalhar pacificamente".
A Netflix, o maior operador mundial de conteúdos online, recusou a imposição do regime de Moscovo que entra em vigor a 1 de março, destinada a obrigar todos os "serviços audiovisuais" a emitir 20 grandes canais de televisão russos, quase todos ligados ao governo.
O You Tube, seguiu as diretrizes da União Europeia e bloqueou as emissões online dos canais Russia Today (RT) e Sputnik.
Festivais de cinema e realizadores hostis ao regime de Putin
Hoje, um grupo de 80 realizadores e produtores bielorrussos opositores do regime publicou uma carta aberta a condenar a invasão russa da Ucrânia e a exigir a saída das tropas russas, tanto da Ucrânia como da Bielorrússia.