30 Mar 2018 18:20
Mais de duas centenas de filmes compõem o alinhamento de mais uma edição do IndieLisboa Festival Internacional de Cinema que decorre entre 26 de Abril e 6 de Maio.
Dos heróis Independentes, Jacques Rozier e Lucrecia Martel, às competições principais, aos olhares singulares da secção Silvestre, passando pelo cinema sobre o cinema na secção Director’s Cut, as propostas mais experimentais de a Boca do Inferno, ou o cinema para os mais jovens do IndieJúnior, a escolha na 15ª edição do IndieLisboa volta a ser diversa, plural e actual.
No que diz respeito à produção nacional serão 21 as obras que, na curta e longa metragem, concorrerão aos principais prémios.
Rodado numa pequena aldeia de Boticas, "Bostofrio, où le ciel rejoint la terre", de Paulo Carneiro, é uma viagem documental onde o próprio realizador procura saber quem era, e como era, o seu avô.
A terceira longa metragem de Susana Nobre, "Tempo Comum", mescla cinema e realidade, retratando intimamente um momento marcante na vida de um casal, o nascimento da sua primeira filha.
Em "Our Madness", João Viana prossegue o trabalho da sua primeira longa metragem, "A Batalha de Tabatô"" (IndieLisboa 2013). Aqui o realizador acompanha "Ernania" na sua deriva espectral por Moçambique, à procura do seu marido e filho.
Sandro Aguilar volta também ao IndieLisboa com "Mariphasa", uma história que volta a ser prova da excelência do seu cinema intrigante com laivos de ficção-científica.
André Gil Mata estreia-se na longa metragem de ficção com "A Árvore", depois das curtas "Arca d’Água", "Casa", "O Coveiro" e "Num Globo de Neve" terem passado pelo festival. Rodado integralmente na Bósnia, durante os rigorosos meses de Janeiro e Fevereiro, este é um filme onde o frio nos penetra em extraordinários planos sequência, filmados em película de 16mm.
O Indie aposta forte também nas curtas metragens de produção portuguesa. Das visões mais experimentais de "Num País Estrangeiro", de Miguel Seabra Lopes e Karen Akerman a partir do universo literário da obra de Herberto Helder, à voz única de "The Great Attractor", de Rita Figueiredo, das experiências ficcionais "Histórias de Fantasmas", de Carlos Pereira, ou "Fortuna" de Miguel Tavares, aos relatos documentais de "Os Mortos", de Gonçalo Robalo, e "Mapa-esquisito", de Jorge Vaz Gomes.
A ficção representada por "Self Destructive Boys", de André Santos e Marco Leão, "Anjo", de Miguel Nunes (obra de estreia do actor na realização, a partir de uma história sua), "Amor, Avenidas Novas", de Duarte Coimbra, "Russa", de João Salaviza e Ricardo Alves Jr., "Sleepwalk", de Filipe Melo (feito a partir de uma banda desenhada sua e de Juan Cava), "A Barriga de Mariana", de Frederico Mesquita, ou "Instruções Para Uma Revolução", de Tiago Rosa-Rosso.
Na animação, duas propostas em tom experimental, o trabalho de Maria Ferreira em "Via" e Manuel Brito em "War of the Worlds".
Pela primeira vez, o IndieLisboa vai abrir e encerrar o festival com obras portuguesas: "A Árvore", de André Gil Mata, marca a abertura, cabendo "A Raiva", de Sérgio Tréfaut o encerramento.
Entre uma e outra, haverá quase cinco dezenas de novos filmes portugueses para ver espalhados pelas várias secções do festival.
Em destaque o olhar sobre o trabalho de Rino Lupo, no documentário homónimo de Pedro Lino, e a família do cineasta Tonino De Bernardi, em "O Termómetro de Galileu", de Teresa Villaverde. Nas sessões especiais, "Quantas Vezes Tem Sonhado Comigo?", de Júlia Buisel, "O Passageiro", de Luís Alves de Matos, a par de "O Homem Pikante", de Edgar Pêra, ou "A Pedra Não Espera", de Graça Castanheira.