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09 Abr 2025

De 1 a 11 de maio, o IndieLisboa regressa para a 22.ª edição, voltando a cruzar obras de autores consagrados com vozes emergentes num alinhamento que reúne 238 filmes.

A sessão de abertura será marcada pela exibição da comédia “Une langue universelle”, de Matthew Rankin, uma fábula surreal e emotiva que imagina um Canadá unido ao Irão, onde histórias díspares — como duas raparigas em busca de dinheiro congelado, turistas perdidos e um homem à procura da mãe — se entrelaçam num mosaico inesperado.

O encerramento fica a cargo do consagrado Jia Zhang-ke com “Caught by the Tides”, a jornada de Qiao ao longo de duas décadas em busca do amor perdido, Bin, num país em transformação acelerada.

“Pai Nosso – Os Últimos Dias de Salazar”, de José Filipe Costa.

A Competição Nacional apresenta dez longas-metragens. Quatro filmes terão a primeira exibição mundial: “As Flores”, de Madalena Fragoso, filmado a partir do quiosque da Praça das Flores em Lisboa; “Santa Iria”, de Luís Miguel Correia, um retrato contemplativo do quotidiano suburbano; “Somos Dois Abismos”, de Kapal Joshy, cineasta indiana a viver em Portugal, que filma a vida solitária nas montanhas; e “A Vida Luminosa”, estreia ficcional de João Rosas, um olhar sobre o desencontro entre sonhos e realidades urbanas.

Outros seis filmes fazem a sua estreia nacional, entre eles “Balane 3”, de Ico Costa, que regressa a Inhambane; “Duas Vezes João Liberada”, de Paula Tomás Marques, com uma abordagem metacinematográfica a uma freira dissidente de género; e “Pai Nosso – Os Últimos Dias de Salazar”, de José Filipe Costa, uma reinterpretação ficcional dos derradeiros dias do ditador.

O programa de longas nacionais a concurso completa-se com “Primeira Pessoa do Plural”, de Sandro Aguilar; “Deuses de Pedra”, de Iván Castiñeiras Gallego, e “Hanami”, de Denise Fernandes, filme que já arrecadou distinções internacionais.

Nas curtas-metragens nacionais, o IndieLisboa acolhe dezasseis filmes, com destaque para “Sabura”, de Falcão Nhaga, e o regresso de Pedro Serrazina com “Sombras de Nós Próprios”.

“Lo que trajo la tormenta”, de Miguel de Zuviría.

A Competição Internacional apresenta igualmente dez longas-metragens. Estreiam mundialmente “Lo que trajo la tormenta”, do argentino Miguel de Zuviría, e “Río abajo, un tigre”, do espanhol Víctor Diago. Ainda “Vitrival”, de Noëlle Bastin e Baptiste Bogaert, uma sátira sobre o absurdo, “On Becoming a Guinea Fowl”, de Rungano Nyoni, um poderoso olhar sobre trauma familiar e “No Sleep Till”, da estreante Alexandra Simpson, uma reflexão sobre o medo e a antecipação de catástrofes num clima de falsa calma.

A secção internacional de curtas-metragens conta com 32 filmes, entre os quais “Koki, Ciao”, uma inusitada biografia do papagaio do ditador jugoslavo Tito, e “Tilapia”, um mergulho nas origens africanas de Crispin Yanisi.

Silvestre, nome da secção competitiva do festival onde se cruzam filmes que desafiam formas, géneros e expectativas vão ser sete as longas-metragens presentes na exploração de formatos híbridos e ousados: do teatro como realidade em “Ariel”, de Lois Patiño, às fugas criativas e sexuais de “¡Caigan las rosas blancas!”, de Albertina Carri, passando pela política miniaturizada de “little boy”, de James Benning, ou o suspense surreal de “Cloud” de Kiyoshi Kurosawa.

Nas curtas, 20 propostas combinam animação, diário pessoal, e metáforas improváveis. Realizadores já familiares ao festival – como Caroline Poggi & Jonathan Vinel, Jay Rosenblatt ou Felipe M. Bragança – regressam com obras íntimas, provocadoras e imaginativas, onde a experimentação é uma linguagem em si mesma.

Na secção Novíssimos, espaço para acolher cineastas em início de percurso, apresentam-se 12 curtas-metragens de estudantes universitários e autodidatas que dão os primeiros passos no universo cinematográfico, com a curiosidade de reunir, em equilíbrio, 6 realizadoras e 6 realizadores.

  • CINEMAX - RTP
  • 09 Abr 2025 17:56

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