“Mulan” expõe os problemas na relação entre Hollywood e China
O filme tornou-se alvo de críticas e apelos de boicote que levaram a situação para o campo político e diplomático.
"Mulan" tem sido alvo de críticas e apelos de boicote que expõem os problemas da nova relação especial de Hollywood com o regime chinês. Os problemas começaram no final de 2019, quando a protagonista Liu Yifei apoiou a ação repressiva da polícia contra os manifestantes em Hong Kong. A reação de ativistas e advogados de direitos humanos conduziu a um primeiro apelo de boicote ao filme.
A situação voltou a escalar quando se soube de filmagens na região de Xinjiang, no noroeste do país, precisamente a zona onde vivem os Uighur, a minoria que estará a sofrer um programa de detenção em massa, doutrinação, trabalho forçado e esterilização obrigatória. Tudo com o alegado objetivo de diminuir a presença muçulmana na região.
No final do filme, a ficha técnica inclui um "especial agradecimento" a elementos e organismos de Xinjiang que se crê serem os encarregados de administrar os "campos de reeducação" onde a população muçulmana da área está detida.
A notícia levou a uma reação da Amnistia Internacional e a um pedido de esclarecimento por parte de um grupo de senadores e congressistas dos EUA, liderados pelo senador Marco Rubio que, numa carta ao CEO da Walt Disney Company, Bob Chapek, apelidavam como "profundamente perturbadora" a cooperação com as autoridades de Xinjiang que consideram ser "os maiores responsáveis pelas atrocidades" contra os Uighures.
alguma vez tenham existido "campos de reeducação" em Xinjiang. Refere
antes que "os centros de educação e treino vocacional em Xinjiang, bem
como outras medidas de contraterrorismo e desradicalização lá tomadas,
levaram a resultados positivos, trazendo contribuições importantes para a
luta global contra o terrorismo e a radicalização."
Ter estreia aprovada na China passou a ser vital para produções a rondar os 200 milhões de dólares, como é o caso. Um regime de pré-censura instalou-se que leva a alterações nos argumentos a pedido de Pequim, redução no tom da violência, ausência de cenas de sexo e de personagens chinesas com aspetos negativos, por exemplo, ou corte de temas que possam ofender as sensibilidades do Partido Comunista Chinês.
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